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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: Processos de identificação: corpo nacional e memória da colonização
Autor(es): Glória da Ressurreição Abreu França. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave memória, memória, Brasileiro/a/s
Resumo

Este trabalho filia-se ao grupo de pesquisa Mulheres em Discurso/CNPq, Processo 487140/2013-3, com coordenação da Profa. Dra. Mónica Graciela Zoppi Fontana, e propõe uma reflexão em torno da construção discursiva dos processos de identificação/subjetivação do/a/s brasileiro/a/s que se fundam numa posição sempre-já marcada por um discurso dominante, que incorpora o olhar do colonizador e se estabelece num entrelaçamento de sentidos de classe, raça e etnia, gênero, territorialidade, dentre outros. Objetivamos, desse modo, analisar a memória de um discurso fundador de uma determinada identidade nacional (Orlandi, 1990, 2003), partindo da hipótese de que tais processos de identificação do/a/s brasileiro/a/s já se deram (se dão) pelo/no corpo, designado e interpretado a partir de imagens e estereótipos que circulam sobre essa população, significada historicamente por diversos tipos de ‘subalternidade’ (Spivak, 2010). Partimos de um arquivo constituído pelos Cadernos de Viagem, de Jean Baptiste Debret, datados do século XVIII, e um guia de turismo francês sobre o Brasil, da atualidade. Ou seja, constituímos e analisamos recortes discursivos em circulação a partir de lugares de enunciação que não são os do/a/s brasileiro/a/s, que conformariam os lugares enunciativos do outro, do estrangeiro. Analisaremos as diferentes formulações ligadas ao corpo que designam uma determinada identidade do/a brasileiro/a. Partindo da teoria materialista do discurso (Pêcheux, 1975, 1990), propomos, dessa forma, investigar e analisar as filiações de memória de um povo colonizado (cuja identidade ter-se-ia constituído no/pelo olhar do estrangeiro), à qual se imbricam diversos sentidos do discurso dito machista-patriarcal (e racista). Pretendemos investigar, não de forma exaustiva, a partir dos dizeres e lugares enunciativos analisados de que modo esses efeitos de dominação constituem os discursos de identificação do/a/s brasileiro/a/s, discutindo como ocorrem nos processos discursivos as repetições e os deslocamentos dos sentidos, dado que todo discurso é marcado pela possibilidade de desestruturar/reestruturar as redes de memória e os trajetos sociais dos sentidos. Apoio FAPESP Processo 2013/13988-4.