62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
---|---|
Título: | A negação sentencial: contraste entre NURC/RJ e PEUL/RJ |
Autor(es): | KAREN PEREIRA FERNANDES DE SOUZA. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | Negação Sentencial, Negação Sentencial, Estatuto Informacional |
Resumo |
No Português Brasileiro (PB), há dois tipos de negação: a sentencial e a de constituinte. A negação sentencial nega toda a sentença proposta pelo emissor enquanto a negação de constituinte nega uma parte da sentença emitida. Atualmente, muitos autores estão pesquisando o processo de negação sentencial no português falado brasileiro por haver uma alternância entre três tipos de negação (a pré-verbal, a dupla negação e a pós-verbal), embora haja um consenso de que não há diferenciação na negação do conteúdo proposto pelo emissor. Essas três estratégias de negação sentencial têm sido analisadas como estágios de gramaticalização do mesmo modo pelo qual passaram o inglês, o francês e o alemão, chamado Ciclo de Jespersen como mostra o esquema: Negplena V > Negreduzida V > Negreduzida V Negplena > V Negplena. Para haver mudança na língua, é necessário que no estágio intermediário do processo haja uma coexistência entre as formas, o que parece estar ocorrendo: os quatro estágios acima coexistem no PB falado. Recentemente, outros estudos têm associado essas três estratégias a diferenças pragmáticas em que a informação está inserida em contextos diferentes e a seleção é explicada pelo estatuto informacional da mensagem veiculada e não a uma variação condicionada por fatores sociais como escolaridade ou faixa etária. Entretanto ainda não se falou com exaustão sobre as diferenças pragmáticas entre uma estratégia e outra. Tem-se como objetivos neste trabalho: (a) observar a variação existente entre os três casos de negação sentencial e fazer um estudo quantitativo destas estratégias; (b) analisar e descrever o comportamento das estratégias de negação sentencial em um estudo de painel e de tendência relacionando-as ao estatuto informacional da sentença. O suporte teórico deste trabalho está baseado nos pressupostos teórico-metodológicos da sociolinguística laboviana em que se busca levantar e analisar as formas em variação levando-se em conta não só fatores linguísticos, como também fatores sociais para sabermos se estamos diante de um processo de mudança ou de variação estável, através de estudo de painel e de tendência. Pretendo analisar as formas variantes de negação sentencial na fala carioca numa amostra de fala constituída de entrevistas com informantes escolarizados do Projeto NURC (Amostra 70; Amostra Recontato e Amostra 90) e entrevistas com informantes do ensino fundamental e médio do Projeto PEUL (Censo 80; Amostra Recontato e Censo 2000) em um recorte constituído por dezoito entrevistas para cada projeto. Além dessas informações, controlarei a faixa etária e o sexo dos indivíduos. |