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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: “Toda escrita é reescrita” – um diálogo para o desenvolvimento da proficiência escritora
Autor(es): Silvia Augusta de Barros Albert, SUELI CRISTINA MARQUESI. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave produção escrita , produção escrita , ensino
Resumo

Pensar a escrita como um processo contínuo de reescrita é o que nos propõe Christopher Scanlan ao afirmar que “Toda escrita é uma reescrita” (Murray, 2013, p.74). Murray (2013) corrobora essa ideia ao postular que a “revisão não é o fim do processo da escrita, mas o início”. Nesse contexto, esta comunicação aborda o processo da escrita, numa perspectiva sociocognitivo-interacional, visando refletir sobre o processo de escrever em relação ao desenvolvimento da proficiência escritora. Pretendemos estabelecer um diálogo entre os métodos criados por Murray que marcaram o ensino da escrita, especificamente descritos em sua obra “The Craft of revision” (2013) e alguns postulados teóricos, sobretudo, dos Estudos da Cognição, da Pedagogia da Escrita e da Linguística Textual, na perspectiva sociocognitivo- interacional, em autores como Cavalcante (2010), Marcuschi (2007), Koch, (1997, 2003, 2006, 2007), Plane (1994,1996), entre outros. Partimos da ideia de Murray de que “a escrita é a forma mais disciplinada do pensamento”, relacionando-a ao que assevera Van Dijk (1992): “produzir um texto é uma ação que se inicia com uma representação mental”. Para esse autor e seus seguidores, o processamento cognitivo de um texto consiste em uma série de estratégias processuais. Estratégias essas, de ordem cognitiva, que para Koch (1997; 2003; 2006) consistem na execução de algum “cálculo mental” que permite ou facilita o processamento textual. Para Martins (2007), o processo de aprendizagem da escrita utiliza mecanismos de ordem lógica e está estritamente ligado ao desenvolvimento da capacidade de pensar. Essa ideia é respaldada ainda por Plane, em seus estudos sobre a prática de ensino da escrita, ao postular que escrever é resolver problemas que exigem operações complexas que demandam a integração de dados extralinguísticos – referente, situação de comunicação, papéis e intenções – em estruturas e materiais linguisticos. Nesse trabalho, ao estabelecer o diálogo proposto, ressaltamos aspectos teórico-metodológicos que nos indicam ações norteadoras para o desenvolvimento da proficiência escritora, direcionadas, sobretudo, ao ensino e à aprendizagem da escrita na escola. Acreditamos que seja necessário aproximar as práticas escolares aos avanços alcançados por pesquisas realizadas em diversos campos do conhecimento.