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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: A relação da autoria e letramento na alfabetização de jovens e adultos.
Autor(es): Maria do Carmo Rodrigues Barbosa. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave Jovens, Jovens, Autoria
Resumo

O presente trabalho pretende apresentar uma investigação da autoria no processo de letramento e marcas de oralidade presentes em textos de alunos sujeitos, alfabetizados ou não.Tendo como pressupostos teóricos as formulações da Análise de Discurso de “linha francesa”, privilegiando especialmente aquelas desenvolvidas por Orlandi, Tfouni e Pacífico. O nosso projeto de pesquisa visa analisar redações produzidas por alunos do PAI-Programa de Alfabetização e Inclusão de Adultos com o objetivo de investigar a posição discursiva do sujeito para assumir a autoria no processo de letramento, realizando gestos de interpretação. Analisamos o modo de funcionamento dos discursos, procurando pistas lingüísticas que indicam como ocorre o princípio de autoria nas redações e como os sentidos circulam nos textos selecionados. Assim, pudemos observar como os alunos jovens e adultos em processo de alfabetização, excluídos da escola em seu período regular, usam mecanismos lingüísticos para ocupar ou não a posição de autor no processo de letramento. Pensar a autoria pela Análise do Discurso é considerar a ideologia inscrita na interpretação e compreender o lugar da interpretação nos esclarece a relação entre a ideologia e o inconsciente. Para o analista, interpretar não é atribuir sentidos, mas expor-se à opacidade do texto, pois a linguagem na Análise do Discurso não é transparente, mas é opaca. A interpretação é uma imposição, ou seja, diante de qualquer objeto simbólico, o sujeito precisa ‘dar’ sentido, construir sítios de significação e tornar possíveis gestos de interpretação (Orlandi,1993). O sujeito está de alguma forma, inscrito no texto que produz. Quando ele fala, está atribuindo sentido às suas próprias palavras em condições específicas (ele o faz como se os sentidos estivessem nas palavras: apagam-se as condições de produção, desaparece o modo pelo qual a exterioridade o constitui); a interpretação aparece para o sujeito como transparente, como o “sentido lá”. Os sentidos são “relação à”e para que a língua faça sentido, é preciso a intervenção da história e, com ela, o equívoco, a ambigüidade, a opacidade. Por isso, há a necessidade de administrá-la, de regular suas possibilidades, as suas condições. Então na constituição do autor, supõe a repetição, mas como interpretação (o dizível é repetível, não porque é o mesmo, mas porque é passível de interpretação, efeito de pré-construção (já dito) na relação com o interdiscurso).