62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Aprimoramento de testes linguísticos para o diagnóstico de distúrbios afásicos da área de Broca |
Autor(es): | Viviane Santos da Silva. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | afasia de Broca, afasia de Broca, polissemia |
Resumo |
O objetivo deste projeto foi o aprimoramento dos testes de nomeação Snodgrass e Boston Reduzido — aplicados no diagnóstico de pacientes afásicos —, através do refinamento de seus gabaritos. Para tanto, iniciou-se um estudo das estratégias de acesso lexical utilizadas por um grupo de sujeitos afásicos submetidos a essas tarefas de nomeação. As tarefas consistiram na apresentação de pranchas com figuras em preto e branco, com contornos simples, sem representar ações ou mais de um objeto por prancha. Cada um dos testes foi dividido em seis baterias realizadas em semanas diferentes, tendo sido duas de cada um por sessão semanal. O primeiro passo na análise dos resultados desses testes foi analisar que relações lexicais apareceriam nas respostas dos pacientes e não nos gabaritos tradicionalmente utilizados. Propôs-se, então, que as pontuações nos testes filtrassem o uso dessas estratégias e, por fim, investigou-se qual seria o impacto dessa mudança de critérios de avaliação. Além disso, foram utilizados os parâmetros de frequência de palavras em corpus e de polissemia para que se pudesse identificar com maior clareza por que certos itens lexicais foram mais frequentemente substituídos por outros termos que os demais itens dos testes. Comparando-se acertos, erros e estratégias, o desempenho dos afásicos avaliados sob o novo critério indicou diferenças relevantes em relação ao grupo controle. Proporcionalmente, a quantidade de estratégias utilizadas pelos pacientes teve grande peso comparada ao número de erros que esses pacientes cometeram e apresentou correlação mais claramente inversa à taxa de acertos. Os controles raramente recorreram ao uso de estratégias em suas respostas. Entretanto, o que não foi explicitamente considerado acerto nas respostas dos controles, acabou por se revelar compatível com o que definimos por estratégias. Esses resultados podem estar indicando uma maior aproximação entre pacientes que usam mais estratégias e controles do que entre estes e pacientes que não foram bem-sucedidos no uso das estratégias e acertaram pouco. Notou-se também que houve maior tendência de as palavras mais polissêmicas dos testes induzirem mais facilmente o uso das estratégias de acesso lexical. Em suma, verificou-se que o uso de estratégias pelos sujeitos afásicos fornece indícios de que eles não produzem respostas aleatórias, mas procuram contornar seus déficits de modo sistemático. Os testes de nomeação foram aplicados por equipe da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo com a qual fizemos parceria. |