62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Representações identitárias no discurso de um educando em situação de bullying |
Autor(es): | SERGIO ROGERIO DE SOUZA. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 23/11/2024 |
Palavra-chave | Discurso, Discurso, bullying |
Resumo |
Nas últimas décadas, a violência escolar tem crescido significativamente e o mais preocupante é que ela tem ocorrido de diferentes formas em todos os níveis de escolaridade, de modo que, atos de violência que antes eram raros, tornaram- se constantes no cotidiano das escolas. Em meio a tantos tipos de violência, uma que vem recebendo bastante enfoque é o bullying, que diz respeito às frequentes práticas de agressão física e verbal entre alunos e professores. O bullying tem como marca constitutiva o desrespeito às diferenças, à intolerância e ao preconceito, que afetam as relações humanas. Em face desse cenário, selecionamos um recorte discursivo de um educando em situação bullying do 9º ano do ensino fundamental de uma escola estadual do interior de São Paulo. Para tanto, utilizamos como suporte teórico o método arqueogenealógico foucaultiano A escrita de si e Microfísica do poder, pois consideramos que essa produção textual trata-se de uma autobiografia escolar. Nesse sentido, esse trabalho se propõe a analisar a imagem que o educando em situação de bullying faz de si e do outro, a fim de descrever como esse jogo imagético interfere no processo identitário, pois à medida que o sujeito se relaciona nas múltiplas instâncias sociais, os sistemas de significação vão sendo modificados, ao ponto de criar uma infinita rede de identidades. Dessa forma, partimos do pressuposto que o sujeito em situação de bullying tem o processo de formação identitária constituído pelo outro, uma vez que o conviver com o outro está intrinsecamente ligado a uma relação de poder. Portanto, é com base na vivência com o outro, do discurso de si e do outro que o sujeito passa a ser social, cindido, heterogêneo, descentrado. Assim, temos como hipótese que a formação identitária desse sujeito é perpassada pela alteridade, de tal forma que produz nele um efeito de desidentificação e, consequentemente, de exclusão, já que sua singularidade não é reconhecida e nem aceita no lugar social escola. |