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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: Análise de grafias não convencionais de ditongos decrescentes em textos de EF- II
Autor(es): Vanessa Padulla Gomes. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 23/11/2024
Palavra-chave Ditongo, Ditongo, Escrita
Resumo

Nesta apresentação, apresentamos os resultados parciais de uma pesquisa de iniciação científica em desenvolvimento, que tem como objeto de investigação grafias não convencionais de ditongos decrescentes orais, como “trazera” e “falol”. Tal escolha justifica-se pelo fato de esses ditongos apresentarem comportamento variável na língua (cf. Bonilha, 2000; Martins, 2011; Adamoli, 2010). O objetivo central é investigar em que medida características do comportamento dos ditongos, observadas por meio de enunciados falados, são motivadoras de grafias não convencionais, identificadas em enunciados escritos. Partimos da hipótese de que as motivações para que essas grafias não convencionais ocorram estão relacionadas às relações que os escreventes fazem entre as características fonético-fonológicas dos ditongos na fala e as suas convenções ortográficas. Para tratar da relação entre fala e escrita, adotamos a perspectiva proposta por Corrêa (2004), segundo a qual essa relação é constituída pelo trânsito dos escreventes pelas práticas sociais do oral/falado e letrado/escrito. Consideramos as características fonético-fonológicas dos ditongos decrescentes e a ortografia das palavras grafadas não convencionalmente com o objetivo de identificar em que medida as grafias não convencionais identificadas são índices do processo de elaboração de hipóteses sobre o funcionamento da língua, como propõe Abaurre (2011). A análise dos dados é de natureza quantitativa e qualitativa. O material utilizado é composto por 90 textos produzidos por 17 alunos de 6º ano (5ª série à época da coleta) pertencentes ao Banco de Dados de Escrita do Ensino Fundamental II, oriundo do Projeto de Extensão Universitária “Desenvolvimento de Oficinas de Leitura, Interpretação e Produção Textual”, desenvolvido em uma escola pública paulista por alunos e docentes da UNESP. Foram identificados 1.343 contextos, sendo 1.259 de grafias convencionais e 84 de grafias não-convencionais, o que corresponde a 6,25% do total de dados. Em uma primeira fase de análise dos dados, dois resultados preliminares chamam a atenção: (i) 17 em 171 grafias do ditongo “ou”, cuja representação fonológica é /ou/, são grafias não convencionais, o que corresponde a 10% dos dados com mesmo contexto; (ii) 5 em 21 grafias que dizem respeito ao ditongo fonético “ou”, cuja representação fonológica é /ol/, são não convencionais, o que corresponde a 23,8% de dados com o mesmo contexto. Esses resultados preliminares apontam que os contextos em que ocorrem “ou”, como em “falou”, e “ol”, como em “farol”, são os que mais apresentam grafias não convencionais em textos do sexto ano do Ensino Fundamental. (Apoio: FAPESP – Proc. 2013/11344-2)