62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | O uso da língua inglesa em contexto comercial no português europeu |
Autor(es): | Natália Cristine Prado. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | Nomes Comerciais, Nomes Comerciais, Língua Inglesa |
Resumo |
O empréstimo de palavras de outros idiomas para a língua portuguesa é um fenômeno antigo. Com relação ao Português Europeu (PE), especificamente, em princípio os anglicismos vinham “diretamente da Inglaterra pela tutela política que esta exercia sobre Portugal. Desta época datam bife, rosbife, lanche [...]” (CARVALHO, 2009, p.27-28). No entanto, atualmente, com o deslocamento do centro do poder político para os EUA, os anglicismos, tanto no Brasil quanto em Portugal, passaram a ter origem no Inglês Americano (IA). Desse modo, diante da influência da língua inglesa nas variedades da língua portuguesa e em outras línguas no atual contexto histórico – consequência do contínuo processo de globalização, resultado do poderio econômico, político, militar e cultural que os Estados Unidos adquiriram após a Segunda Guerra Mundial (RAJAGOPALAN, 2005) – muitas pessoas, querendo associar a superioridade dos produtos importados ao seu próprio negócio, usam para nomear um novo estabelecimento comercial ou um novo produto uma palavra emprestada de outra língua, normalmente, da língua inglesa. Assim, existem nomes comerciais em Portugal (e em outras partes do mundo) que são formados por palavras da língua inglesa, mesmo que o negócio ou o produto comercializado seja nacional. Perante este fato, nosso estudo tem o objetivo de observar a formação desses nomes comerciais com elementos do inglês, analisando principalmente as questões culturais que permeiam este fenômeno. Para este trabalho, realizamos a coleta dos nomes comerciais do PE em quatro sites que funcionam como diretórios de empresas e contém nomes e telefones de inúmeros estabelecimentos comerciais e outras informações (os sites Infoempresas, Restaurantes Lisboa, Hotéis e Páginas Amarelas). A partir desses sites, consultamos 9093 nomes comerciais, sendo que 446 deles tinham elementos do inglês. A partir dos dados, notamos que, assim como ocorre no Brasil, o inglês em contexto comercial no PE acaba sendo visto como uma forma interessante de valorização do produto que está sendo vendido, isto é, os comerciantes acham mais “chique” um salão de beleza chamado Golden Beauty do que Beleza Dourada – talvez numa tentativa de associar aquele estabelecimento a um público-alvo formado de pessoas de maior poder aquisitivo. Dessa forma, pretendemos, com este trabalho, contribuir para os estudos da formação do léxico do PE e para uma melhor compreensão do uso da língua inglesa em contexto comercial. |