62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Imagens de mulher na memória e na história: um contraponto entre a norma jurídica e o dicionário de Regionalismos do Rio Grande do Sul |
Autor(es): | valeria de cassia silveira schwuchow. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | memória, memória, mulher |
Resumo |
A presente pesquisa faz parte do projeto “A constituição do sujeito na e pela língua: investigações acerca do processo de gramatização, manutenção e atualização do saber nos e sobre os instrumentos lingüísticos”. Tal projeto objetiva contribuir com a “reflexão acerca da constituição/instituição de sentidos capazes de revelar o imaginário sobre o sujeito, a língua, e a história, via instrumentos linguísticos”. Tomamos como suporte teórico a Análise de Discurso Francesa, fundada por Michel Pêcheux, e desenvolvida, pelos estudos de Eni Orlandi e outros autores, juntamente com a teoria da História das Ideias Linguísticas, como vem sendo trabalhada pelo mesmo grupo de pesquisadores. Desenvolveremos uma análise discursiva e comparativa entre o Dicionário de Regionalismos do Rio Grande do Sul, de Rui Cardoso Nunes e Zeno Cardoso Nunes, de 1996, que resgata vocábulos e acepções próprios do ambiente rural gaúcho, do período da colonização e da monarquia, atendo-nos nas definições dos verbetes que tratam da mulher. A seguir, efetuaremos um contraponto das imagens encontradas com as da diretriz da Lei nº 8.813, de 10 de janeiro de 1989, que “Oficializa como traje de honra e de uso preferencial no Rio Grande do Sul, para ambos os sexos, a indumentária denominada "PILCHA GAÚCHA", quando prescreve as vestes para a mulher, de acordo com a situação social. Nosso objetivo é verificar nas relações entre língua, sujeito e história como as práticas sociais resgatam uma memória e uma história, que resultam na constituição de imagens da mulher. Em resultados preliminares da análise, da diretriz, observamos, pelo menos, três projeções de imagem da mulher, que entendemos procederem do trabalho da memória e da história, na instituição dos sentidos encontrados quando a norma prescreve que socialmente a mulher não deve se ‘destacar’, positiva ou negativamente do homem, ou quando para as atividades ‘campeiras’, o trabalho no campo, ela é comparada ao homem, e ainda, uma imagem em que ela se constitui autônoma, não tendo o homem como ‘modelo’ ou comparação. Na verificação dos verbetes, no dicionário, identificamos duas imagens, uma positiva e uma negativa, a definida por sentidos pejorativos, e outra que denota uma imagem da mulher como dádiva, sendo esse sentido positivo encontrado em apenas um vocábulo cuja designação pertence a tempos mais contemporâneos em relação aos outros. Para finalizar concluímos que a memória e a história se entrecruzam para compor sentidos quando normatizam práticas sociais, no caso da Lei, e instituem sentidos, como nas acepções dos verbetes. |