62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | A estética da ética e a ética da estética de Pitty: a(s) forma(s), o(s) conteúdo(s) e o(s) estilo(s) do disco Admirável Chip Novo |
Autor(es): | Danyllo Ferreira Leite Basso. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | Ética e Estética, Ética e Estética, Círculo de Bakhtin |
Resumo |
As palavras que aqui se enunciam fazem parte de uma pesquisa que buscou, por dois anos, a dialogia entre distintos gêneros que formulam discursos, a saber: a canção e o disco Admirável Chip Novo (2003), da cantora e compositora Pitty, e o romance Admirável Mundo Novo (1932) do p(r)o(f)eta futurista Aldous Huxley. Como se pode perceber, devido ao conhecido conceito de dialogismo, nossa base teórica se encontra na filosofia da linguagem de Bakhtin e do Círculo, afinal, de acordo, inclusive, com a metodologia descrita em seus escritos, nosso corpus demanda tal teoria, porque é supracitada a referência (textual, que estabelece, então, intertextualidade, resultante em interdiscursividade) que faz a autora-criadora Pitty a Huxley, marcada na troca do substantivo “mundo” por “chip” e na permanência dos adjetivos “admirável” e “novo”. O vocábulo “chip” faz referência ao atual e “novo mundo” da tecnologia, em que tudo se encontra sob a governança de um sistema (operacional). Daí, a busca por outro conceito bakhtiniano, o de discurso, tendo em vista que o mesmo se enuncia como semiose dialógica da vida, ou seja, como encenação re(a)presentativa da vida, ao refleti-la e refratá-la em outra tessitura. Trata-se, então, da relação entre ética e estética (do grego esthèsis, com a carga semântica de sensação), em que o autor-criador (no caso, os autores-criadores Pitty e Huxley) mira, seleciona e recorta elementos da vida (ética) e os concebe sob refinado acabamento na arte (estética). Ao mesmo tempo, tal arte (estética) tem de ser ética, tal como o faz Pitty e Huxley, em contextos e com textos distintos, ao trazerem em suas obras a necessária consciência de seu público leitor/ouvinte, co-outros-autores de suas obras. Por tratar de discursos, trabalharemos com aqueles que os organizam, os gêneros dos discursos, prezando não só por sua produção, mas também por sua circulação e recepção, uma vez que levaremos em conta as esferas de atividades em que atuam. Assim, tal comunicação prezará pela teoria bakhtiniana, devido à sua dialética-dialógica entre elementos linguísticos e translinguísticos para a composição do discurso, firmada nos conceitos de: diálogo, ética, estética, discurso, gêneros discursivos e esferas de atividades. O intuito é flagrar o homem, o mundo e seus valores refletidos e refratados na semiose dialógica da vida, pelo viés do gênero (gênesi) estético. Sua justificativa se dá em contribuir às reflexões e refrações acerca dos gêneros discursivos estéticos. Apoio: FAPESP – Processo 2011/23555-2 |