62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Na trama de deslizamentos discursivos: o sujeito e os sentidos |
Autor(es): | Ane Ribeiro Patti. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | AD francesa e Psicanálise, AD francesa e Psicanálise, Capitalismo e Ciberespaço |
Resumo |
Apresentaremos neste trabalho as conclusões extraídas de um percurso de pesquisa feito ao longo dos últimos três anos (2011-2014) aproximadamente e que resultou em nossa tese de doutorado sobre a temática do “avivamento do morto” e “mortificação do vivo” promovido pelo inconsciente nos entrecruzamentos com a história e a língua nos discursos de alguns sujeitos do discurso contemporâneos. Objetivamos investigar como nossa temática se entrelaça a discursos do contemporâneo, postados no ciberespaço, que colocam em movência sentidos sobre a maternidade, criança, infantil, sujeito, etc. na circunscrição de três posições-sujeitos: consumidor/proprietário, fabricante, e boneco. Na tessitura de alguns entremeios, este trabalho se coloca inscrito nos movimentos da AD de escola francesa, enfatizando a Psicanálise como um de seus pilares, tal qual propôs Michel Pêcheux ao fundar e sustentar seu discurso sobre os andaimes de Linguística elaborada por Saussure, do Materialismo Histórico de Marx e revisto por Althusser e da Psicanálise fundada por Freud e relida por Lacan. Posta essa matriz, utilizamo-nos de alguns conceitos centrais para nossa investigação e reflexão: sujeito do discurso, sujeito do inconsciente, esquecimento, ideologia, condições de produção (PÊCHEUX, 2009 [1975]; 2010 [1983]), silêncio e silenciamento (ORLANDI, 2007). Filiamo-nos aos pressupostos teórico-metodológicos da AD para coletar o corpus e realizar as análises que flagrassem nas tramas discursivas os deslizamentos de sentidos sobre a maternidade afetada pelos modos de produção discursivos atravessados pelo discurso hipercapitalista, sobre o lugar da criança no social contemporâneo neoliberal, pela forma como a hibridação cultural vem promovendo novos sentidos para o ser mãe, para o adotar, para o que é infantil ou não, e giramos nosso olhar para discursos postados na internet que abordassem a formação discursiva “reborn babies” a partir da qual realizamos gestos de intepretação que sinalizam a dinâmica dos discursos. Adiantamos que, em nossas conclusões, encontram-se reflexões em torno dos novos modos de subjetivação intimamente constituídos pelas atuais condições de produção, observamos a ideologia enquanto processo de naturalização (PÊCHEUX, op. Cit.) dos deslocamentos encontrados, o silenciamento (ORLANDI, op. Cit.) operando em cada produção de sentidos, a dessimbolização promovida pelos discursos dominantes provindos das relações de mercado e enfatizamos, de saída, a insistente via da vivificação do simbólico na/pela (língua)gem, via que o inconsciente não deixa nunca se encerrar, fechar, se esgotar, enquanto o ser de linguagem habitar o vivo. (Apoio: FAPESP - Processo 2011/01395-3) |