62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Verbos instrumentais no PB: uma análise semântico-lexical |
Autor(es): | Letícia Lucinda Meirelles. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | Verbos instrumentais, Verbos instrumentais, Decomposição em predicados primitivos |
Resumo |
Na literatura, os verbos instrumentais são tratados como verbos que apresentam o aspecto lexical de atividade e que possuem o nome de um instrumento contido em seu radical (Harley.2005; Levin, 1993). Desse modo, possíveis verbos instrumentais seriam: acorrentar,algemar, alfinetar, chicotear, abanar e pentear (entre outros), pois contém, respectivamente, os instrumentos corrente, algema, alfinete, chicote, abano e pente em seu radical. Assim, neste trabalho tomamos como objeto de estudo os verbos instrumentais no português brasileiro com intuito de averiguarmos se eles constituem uma única classe verbal. Em Semântica Lexical o conceito de classes verbais diz respeito a grupos de verbos que compartilham propriedades semânticas e comportamentos sintáticos (Levin, 1993; Cançado; Godoy; Amaral, 2013). Existem certas propriedades semânticas que podem influenciar na sintaxe dos verbos, ou seja, na realização de seus argumentos e adjuntos e na sua participação em alternâncias verbais. Assim sendo, são essas propriedades que devem ser tomadas como classificatórias no momento de se definir uma classe verbal e que, portanto, devem estar presentes na estrutura argumental dos verbos, isto é, na informação semântica que os mesmos trazem no léxico. Desse modo, o objetivo principal do nosso trabalho é analisar o estatuto dos verbos instrumentais enquanto classe verbal do português brasileiro e propor uma estrutura argumental para os mesmos. Para tanto, utilizamos a linguagem de decomposição em predicados primitivos e as propostas de representação lexical para os verbos instrumentais já existentes na literatura. A motivação para essa pesquisa surgiu ao observarmos que os verbos conhecidos como instrumentais apresentavam comportamentos semânticos e sintáticos distintos entre si. Ao final do trabalho, concluímos que não há uma única classe de verbos instrumentais, de modo que esta pode ser subdividida em, pelo menos, três subclasses distintas, sendo estas: a classe dos verbos de locatum, como acorrentar e algemar, que apresentam, segundo Cançado, Godoy e Amaral (2013), uma estrutura argumental do tipo [[X ACTVOLITION] CAUSE [BECOME Y WITH <THING>]]; a classe a qual pertencem verbos do tipo alfinetar e chicotear, para os quais propomos uma estrutura do tipo [X AFFECT<THING> Y]; e a classe dos verbos como abanar e pentear que apresentam a estrutura, [X AFFECT <MANNER> Y], também proposta neste trabalho. |