62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | No corpo, a lente, a conexão: o que falta a ver? |
Autor(es): | Daniela Giorgenon. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | sujeito, sujeito, discurso |
Resumo |
Na Análise de Discurso (AD) inaugurada por Pêcheux (1997) temos que a materialidade específica da ideologia é o discurso, que a materialidade específica do discurso é a língua e que há uma relação material da língua com a ideologia e da ideologia com o inconsciente. É na materialidade que Orlandi (2012) se ancora para elaborar o conceito de corpo. E, mais especificamente, é a materialidade do sujeito que a interessa para pensar a relação entre corpo e sujeito. Pois, ao indivíduo ser interpelado em sujeito pela ideologia, há a produção de uma forma sujeito histórica com seu corpo. A autora propõe então que se pense em um corpo para além do empírico, para além da carne, que se pense em corpodiscurso, pois se sujeitos e sentidos dão corpo à linguagem, também se dão corpo na linguagem, daí a noção de materialidade sustentar sua definição. Ela define que o corpo “[...] se constitui por processos nos quais as instituições e suas práticas são fundamentais para a forma com que ele se individualiza, assim como o modo pelo qual, ideologicamente, somos interpelados em sujeitos, enquanto forma sujeito histórica (em nosso caso, capitalista).” (ORLANDI, 2012, p. 93), atravessada por uma memória silenciada, que dá ares de naturalização de sentidos ao corpo, tão afetado pela sociedade de mercado e de tecnologias. Afetadas por esta noção de corpo, tecida por Orlandi (2012), e também nos amparando na concepção de corpo elaborada por Freud e Lacan no campo psicanalítico, procuramos pensar sobre este conceito, no campo da AD, e procuramos analisar a relação corpo-sujeito-rede eletrônica em discursos que circulam sobre tecnologias de conexão. Desta vez elegemos, para nosso corpus de análise, discursos sobre uma lente de contato que possibilita a conexão à rede eletrônica. Pretendemos discutir os efeitos do contemporâneo na forma sujeito-corpo histórica, articulando uma leitura sobre a lente, alento-prótese para olhos deficitários, para olhos desejantes de outra cor, que agora se “potencializa” tecnologicamente para possibilitar a conexão à rede. E questionamos: em que lugar discursivo se inscreve sujeito e corpo, entre potência e déficit, na contemporaneidade? O que falta a ver? |