62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Uma breve análise comparativa dos marcadores nominais de alinhamento morfossintático em um grupo de línguas Pano e Takana |
Autor(es): | Raphael Augusto Oliveira Barbosa. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | Línguas Pano e Takana, Línguas Pano e Takana, Tipologia Funcional |
Resumo |
Nesta comunicação apresento o resultado parcial de uma análise comparativa dos marcadores nominais de alinhamento morfossintático em algumas línguas das famílias Pano e Takana. Desde a segunda metade do século XX estudos descritivos e comparativos sobretudo do componente fonológico e lexical desses idiomas apresentam propostas de relações estruturais e históricas entre línguas de ambas as famílias. Com base nesses estudos, sob um ponto de vista tipológico-funcional, busco comparar neste trabalho os marcadores nominais de alinhamento morfossintático em algumas dessas línguas assim como descrever os contextos gerais onde esses elementos ocorrem. A princípio, as línguas, faladas no Brasil, Peru e Bolívia, e as publicações das quais basicamente provêm os dados em estudo correspondem ao Kashibo-Kakataibo (Zariquiey, 2011); Kaxarari (Sousa, 2004); Matis (Ferreira, 2005); Matsés (Fleck, 2003); Shanenawa (Cândido, 2004); Shipibo-Konibo (Valenzuela, 2003) - Pano, e ao Araona (Emkow, 2006); Cavineña (Guillaume, 2004); e Ese-Ejja (Vuillermet, 2012) - Takana. O objetivo básico é descrever a tipologia do alinhamento morfossintático desse conjunto de línguas e demonstrar possíveis hipóteses da derivação temporal desse marcador com base na discussão das propostas de origem comum entre as línguas das famílias Pano e Takana. Em termos gerais, a marcação nominal de caso distintivo dessas línguas corresponde ao sistema ergativo-absolutivo, cujo marcador se anexa à direita do constituinte nominal, e apresenta uma ordem básica da oração do tipo OV. Conforme Shell (1975), sobre o Pano reconstruído, o marcador de caso ergativo corresponde a forma (CV) *-ma ou *-mã, tendo como base as variações desse marcador em línguas Pano peruanas investigadas pela autora. Tendo em vista a proposta apresentada, considero que, assim como o marcador reconstruído, a implementação dos marcadores sincrônicos deste caso pode estar condicionada a propriedades de segmentos mais soantes, tendo em vista a máxima distinção de argumentos. Conforme uma comparação prévia dos dados neste conjunto de línguas, somente o Cavineña da família Takana apresenta o morfema em uma estrutura (CV) {-ra}. As outras línguas desse grupo, o Araona e o Ese-Ejja, apresentam igualmente o morfema {-a}. No grupo de línguas Pano, exceto a lateral do Kaxarari como morfema marcador de caso ergativo {-l}, para todas as outras línguas o morfema ergativo é implementado pela nasal alveolar {-n}. Sobre o absolutivo, somente o Shipibo-Konibo apresenta a forma {-a}, e nas demais línguas Pano e Takana deste conjunto é representado pelo morfema zero, conforme tendência na tipologia das línguas do mundo. (Apoio: FAPESP - Processo2012/23156-3) |