62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Manchetes de jornais: aproximações e distanciamentos ideológicos |
Autor(es): | Mariana Castaldi Zardini. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | Manchetes de jornais, Manchetes de jornais, ideologia |
Resumo |
Todo texto manifesta um discurso que reflete práticas sociais as quais determinam certa posição valorativa do seu locutor. A forma de manifestação dos textos, para que sejam materializados na realidade sob a perspectiva da comunicação e interpretação, só é possível através de um dado gênero. Neste âmbito, a manchete jornalística se configura como um gênero do discurso, pois como enunciado pleno, ela possui um endereçamento a seus interlocutores, neste caso os leitores, bem como uma atitude responsiva valorativa que irá provocar em seu público-alvo. É sabido que a produção de um texto jornalístico, bem como de suas manchetes deve ser coerente com os padrões estabelecidos pelos manuais de redação de cada empresa noticiosa e das teorias difundidas no jornalismo. Preza-se a produção de textos coesos e concisos que sigam o padrão linguístico da norma culta escrita, além da objetividade e imparcialidade. No entanto, sabe-se que as manchetes, como enunciados, não alcançam sua relevância devido apenas a seus elementos linguísticos. Neste sentido, este estudo propõe-se a refletir acerca da construção das manchetes, enquanto enunciados, subentendidos como imparciais e objetivos que são apresentados por dois importantes jornais do estado de São Paulo e verificar a relevância da linguagem, enquanto sistema sócio-comunicativo, para despertar a atenção de seus leitores. Como corpus desta pesquisa, coletamos quatro manchetes sendo duas do jornal Folha de S. Paulo e duas de O Estado de S. Paulo, as quais procuram retratar o mesmo cenário informativo, porém implicitam diferentes sistemas valorativos e ideológicos. Para fundamentar este estudo, tomamos por base a noção de Gêneros Discursivos da autoria do filósofo Bakhtin (2003) e perfiladas por Marcuschi (2002), bem como o estudo do Dialogismo originário das reflexões de Bakhtin (2003), a teoria da linguagem jornalística à luz de Lage (2001), e as práticas de leitura definidas por Koch e Elias (2006). |