62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | A representação midiática dos movimentos sociais: um panorama dos últimos 45 anos |
Autor(es): | Irení Aparecida Moreira Brito. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | Semiótica, Semiótica, Mídia |
Resumo |
Os movimentos sociais são um dos focos dos discursos produzidos atualmente. Considerando esse aspecto, este trabalho objetiva demonstrar como a mídia representa os sujeitos envolvidos nesses movimentos, ocorridos no Brasil a partir de 1968. Analisa-se, nos discursos veiculados pelo jornal O Estado de S. Paulo e pela revista Veja, a representação discursiva dos sujeitos envolvidos em alguns episódios específicos da história do Brasil: a passeata dos 100 mil (1968), realizada durante o período em que vigorava o regime militar, e os movimentos - Diretas já (1983-1984), Caras-pintadas (1992) e Jornadas de junho (2013), realizados a partir da abertura democrática. Busca-se demonstrar como os discursos foram construídos, nos diferentes contextos, para representar os atores envolvidos – sociedade e governo – e como os enunciadores põem em cena, nas notícias, um simulacro da realidade, de forma a orientar os leitores na aceitação de algumas verdades. Utilizou-se como aparato teórico-metodológico a Semiótica greimasiana, bem como as propostas oferecidas por alguns de seus sucessores. A partir da análise dos textos verbais e não verbais, observou-se que tanto O Estado de S. Paulo quanto a Veja utilizam mecanismos discursivos, em conformidade com o contexto histórico e social. Sendo assim, os enunciadores mudaram o ponto de vista tão logo mudou o panorama social e histórico. Durante o regime militar, posicionavam-se contrários aos movimentos sociais, como revelaram as estratégias discursivas utilizadas. Por outro lado, a partir da abertura democrática, os mesmos enunciadores demonstraram estar em conformidade com os manifestantes. Esse aspecto revela a inconstância do discurso midiático e, portanto, sua subjetividade. Constatou-se que a leitura que se realiza sobre um fato é, sempre, passível de manipulação. Toda ação humana envolve uma manipulação do ponto de vista semiótico. Todo destinador tem a possibilidade de modalizar seu destinatário, de fazê-lo crer em seus valores. É dessa maneira que o discurso manipula, independente de sua modalidade. |