62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | O verbo leve ter: três perspectivas, três léxicos |
Autor(es): | Danilo Bonetti Soto. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | Verbo ter, Verbo ter, Programa minimalista |
Resumo |
A presente pesquisa apresenta um estudo das construções com o verbo ter. Viotti (1999) mostra que o verbo ter constrói uma variedade de sentenças semanticamente diferentes e algumas com construções particulares. Partindo do pressuposto que ”ter” é um verbo leve, a pesquisa analisa especificamente as sentenças possessivas, existenciais e aquelas em que o verbo se comporta como um auxiliar, apresentando três perspectivas de análises para essas ocorrências. A pesquisa se insere no âmbito da Teoria Gerativa, seguindo as propostas desenvolvidas dentro do Programa Minimalista (Chomsky, 1995). Para a análise dessas sentenças apresentamos a proposta de três autores: Lunguinho (2011), o qual está embasado na Teoria de Princípios e Parâmetros (Chomsky, 1981, 1986) em sua versão Minimalista (Chomsky 1995, 2001); Viotti (1999) que, embasada num modelo lexicalista, analisa o fenômeno por meio da Teoria de Predicação (Franchi, 1997 ) e do Léxico Gerativo (Pustejovsky, 1995) e, por último, no trabalho Avellar(2004) e Avellar e Callou (2007), os quais se apoiam em uma visão não-lexicalista (Harley & Noyer 2003), dentro do modelo da Morfologia Distribuída (Halle & Marantz 1993). Esses autores, embora analisem o mesmo fenômeno, i.e. o verbo ``ter´´, e se debrucem em grande parte no Programa Minimalista, dão ao fenômeno analisado perspectivas de análises impares. Viotti (1999) propõe que existe apenas um verbo ter e a polissemia observada é consequência de ter ser um verbo leve e de um processo de composição de sentido dos itens que compõem a sentença. Lunguinho (2011) em sua análise do verbo auxiliar ter nas passivas não-canônicas e nas construções do perfeito, respectivamente, explora a hipótese que o verbo ter, no primeiro caso, resulta da combinação dos traços associados ao auxiliar ser com o núcleo funciona v* e, no segundo, o verbo auxiliar ter é tido como resultado da combinação da preposição abstrata Pdepois com o verbo auxiliar abstrato vaux. Em contra partida, apresentamos o trabalho de Avellar (2004), o qual propõe que as sentenças possessivas são geradas por meio de um procedimento sintático efetuado sobre a base que forma uma sentença existencial. No caso do verbo ter, a preposição abstrata poss se amalgama ao complexo [v+T+D], para realizar o verbo possessivo. Partindo dessas perspectivas, o trabalho em andamento procura responder algumas questões: a) o que determina essa polissemia apresentada? b) são os traços formais, um léxico gerativo, traços semântico-fonológicos? e c) qual é o papel do léxico nas perspectivas adotadas? |