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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: Reconstrução histórica da família Pano: uma proposta de proto para as línguas Amawaka, Kashibo, Nokaman, Shipibo, Kapanawa e Panobo
Autor(es): Wesley Nascimento dos Santos, Gláucia Vieira Cândido. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave Família Etnolinguística Pano, Família Etnolinguística Pano, Reconstrução Histórica Pano
Resumo

Este trabalho tem por objeto algumas línguas da família etnolinguística conhecida na literatura como Pano. Essa família é constituída, em média, de 30 línguas, as quais distribuem-se entre a Bolívia, Brasil e Peru. A primeira menção à família Pano foi feita em 1888, por Raoul de la Grasserie, em uma comunicação – intitulada De la Famillie Linguistique Pano – ao Congresso dos Americanistas, e publicada um ano depois, em Berlim. Além disso, o trabalho de Grasserie foi pioneiro no uso do método histórico-comparativo com línguas faladas na América do Sul. À época, o autor apontou sete línguas pertencentes à família Pano. Desde então, vários trabalhos foram realizados com as línguas Pano, como classificações e propostas de reconstrução. Dentre as classificações, as mais modernas, e que se baseiam puramente em dados linguísticos são as de Loos (1999), Ribeiro (2006) e Fleck (2012). Quanto às propostas de reconstrução, a mais notável, desde Grasserie, é a Shell (1975), justificada pelo emprego da metodologia histórico-comparativa. No entanto, Shell aponta para a incompletude do seu trabalho, visto que as línguas que toma para comparação são todas do Peru. Dessa forma, faz-se necessário uma proposta de reconstrução que compare as línguas Pano faladas nos três países apontados acima. É neste sentido que se encaixa este trabalho, o qual objetiva estabelecer um Proto para as línguas que constituem os grupos I e II da classificação interna da família Pano proposta por Ribeiro (2006), as quais são: Amawaka, Kashibo, Nokaman, Shipibo, Kapanawa e Panobo. Para tanto, tomamos como referencial teórico utilizado em reconstruções desse tipo, a metodologia histórico-comparativa clássica, tal como estabelecida em Campbell (1998). Os dados para nossa comparação baseiam-se na lista de itens básicos de Swadesh (1950), o qual enumera 200 itens lexicais que, hipoteticamente, toda língua possui. Esses itens lexicais foram retirados de trabalhos constantes na literatura específica de cada língua. A partir dessa comparação, então, pretendemos contribuir para a reconstrução completa da família Pano, bem como aos estudos sobre a pré-história dos povos ameríndios.