62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | A presença de Saussure nas concepções linguísticas de alguns falantes |
Autor(es): | Bruna Caroline Ribeiro Dias. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | concepções saussureanas, concepções saussureanas, falante |
Resumo |
As concepções saussureanas estão fortemente presentes naqueles, que de algum modo, tem a língua e seu entorno, como um objeto de estudo, determinando, consequentemente, o modo como pensam esta. Mas e as pessoas que nunca tiveram contato com o Pai da Linguística, o que pensam sobre seus conceitos-chave como arbitrariedade do signo, valor, imutabilidade/mutabilidade? Será que apesar de não conhecer Saussure esses falantes de alguma forma trazem em seus discursos as concepções deste? O objetivo desta pesquisa foi responder esses questionamentos, tendo como foco o discurso do falante que coloca a língua em funcionamento, independentemente do seu conhecimento “teórico” sobre esta. Para isso, primeiro elaborou-se um questionário com cinco questões que contemplavam princípios saussureanos básicos (tendo sempre como parâmentro as perguntas inicialmente citadas), depois, realizou-se uma entrevista (na qual se aplicou as perguntas elaboradas) com pessoas que nunca tiveram contato com Saussure e possuidores de características distintas (tanto na idade, quanto na formação escolar/acadêmica). Posteriormente, para avaliar os resultados optou-se pela análise do discurso formulado pelo entrevistado, uma vez que preocupações quantitativas limitariam muito a pesquisa realizada e não alcançaria o verdadeiro objetivo desta. Além disso, a fundamentação teórica (que foi um embasamento essencial tanto na formulação da entrevista quanto na análise final dos dados) se inicia nos escritos saussurianos (Curso de Linguística Geral e Escritos de Linguística Geral) perpassando Culler e Amossy. As conclusões podem ser divididas em dois grupos: os que demonstraram em seu discurso uma compatibilidade com concepções saussureanas, mesmo sem conhecê-las e o segundo grupo no qual os posicionamentos se antepunham ao de Saussure, mas que não se distancia daquilo que ele próprio sabia ser o conhecimento mais generalizado dos falantes. A pesquisa possibilitou não só uma resposta no mínimo instigante aos questionamentos elencados, mas também uma percepção da relação que o falante tem com a língua, como exemplo a questão identitária que em alguns casos aparece desestabilizada. |