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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: A construção da metáfora e o valor do signo linguístico para Saussure
Autor(es): Ana Cláudia Conceição Pereira. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave Construção,Metáfora, Signo Linguístico
Resumo

Ao propor a língua como um sistema de signos, Saussure enfatiza a arbitrariedade deste signo, que se expõe efetivamente na fala com o outro. Tal arbitrariedade se restringi ao considerarmos o meio pelo qual se fala, a quem se fala, a maneira como se fala e todas as modalidades que surgem na interação entre os falantes. Por este motivo a própria palavra “arbitrário” requer certa observação. Não deve apenas passar a ideia de que o significante depende estritamente da livre escolha do que fala, mas que o significante é imotivado, ou seja, arbitrário em relação ao significado, com o qual não tem nenhum laço natural na realidade. (Saussure, 1970:83) Temos que a metáfora é a figura de linguagem que fundamenta-se em estabelecer uma analogia de significados entre duas palavras ou expressões, utilizando uma pela outra. Para que pudéssemos observar como se dá a metáfora para Saussure, se consegue se constituir como metáfora (por meio da arbitrariedade) ou se, também por meio dessa arbitrariedade, o signo mantém-se como valor único, sendo insubstituível. Procurou-se (1) analisar a configuração da metáfora e seu uso segundo alguns autores (João Adolfo Hansen, Angus Fletcher e Marco Fábio Quintiliano) (2) explorar o que Saussure diz em seus escritos e no próprio Curso de Linguística Geral sobre a arbitrariedade do signo, o valor linguístico, e por fim o arbitrário relativo e o absoluto para que após essas análises, seja mais compreensível (apesar da dificuldade, quando falamos de Saussure) a relação que se estabelece entre o falante, a língua e a liberdade em se “escolher” e trocar as palavras em seu discurso. A língua como um sistema de valores, situado em meio a uma coletividade que cria o valor, ou seja, ele não existe antes ou fora dela. Depende do eixo estabelecido pelo tempo e pela comunidade de falantes para que o valor se constitua em um determinado signo. O que ocorre com a metáfora, seu uso e sua interpretação decorre de toda a relação estabelecida principalmente pelo valor atribuído pelos falantes a determinados signos.