Programação do 62º seminário do GEL

Apresentam-se algumas reflexões que compõem a pesquisa de Doutorado, em andamento, vinculada ao Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Londrina. No estudo, procura-se investigar, entre outras questões, as relações entre a cultura indígena e a não indígena na região de Dourados, Mato Grosso do Sul. Partindo de experiências vivenciadas pela pesquisadora, neste contexto e no dia a dia da sala de aula, a atenção volta-se para a relação entre o “eu” e o “outro”, o indígena e o não indígena, na caracterização de imagens/identidades construídas pelos discursos intermediados pela mídia e pela escola, instituições vistas como agentes sociais influenciadores de opinião e que, como tais, auxiliam na mediação entre os sujeitos e na propagação de conceitos, valores, ideologias. De maneira geral, os estereótipos construídos historicamente marcam a maneira como o índio tem sido representado na/pela sociedade. Para este trabalho, selecionamos algumas reportagens publicadas pela mídia local, no ano de 2013, durante a Semana dos Povos Indígenas que integra o dia do índio, além de respostas, em forma de texto e desenho, dadas por alunos do 6º ano de uma escola da cidade de Dourados, selecionada para a pesquisa, sobre a pergunta: índio lembra ...? A base teórica principal é a da Semiótica Greimasiana, principalmente as considerações da Sociossemiótica, com destaque para os estudos publicados por Eric Landowski, tendo em vista pensar os sentidos construídos na vivência, em ato, capturados na relação entre o “eu” e o “outro”, conforme propostas do autor a respeito da construção de regimes de sentido. Conceitos ligados à educação, à história, sobretudo local, e à cultura deverão ser buscados para complementação das discussões interdisciplinares realizadas ao longo da pesquisa. Pretendemos realizar algumas observações para mostrar como os discursos da mídia e da escola ajudam a configurar o sujeito indígena no papel de subalternidade, ou de apagamento de sua presença social efetiva.