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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: As renegociações culturais entre “holandeses e brasileiros” de Arapoti/PR
Autor(es): Ályda Henrietta Zomer. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave Políticas Linguísticas, Políticas Linguísticas, Imigrantes Holandeses
Resumo

O presente trabalho tem por objetivo apresentar um recorte de uma pesquisa maior em andamento, contextualizada em uma comunidade de imigrantes holandeses que se instalou na década de 60 no município de Arapoti/PR. A partir da inserção nesse contexto sociolinguisticamente complexo tencionamos observar e refletir as políticas linguísticas presentes nas relações sociais e a suas influências sobre a identidade da comunidade, assim como as possíveis tensões e “fronteiras” culturais que são renegociadas constantemente entre descendentes de holandeses e “brasileiros” em meio à representação de ambas as culturas [brasileira e holandesa]. Para essa pesquisa, olhamos para as fronteiras por um viés cultural e linguístico, pois estas nos “remetem à vivência, às socialidades, às formas de pensar intercambiáveis, aos ethos, valores, significados contidos nas coisas, palavras gestos, ritos, comportamentos e ideias” (PESAVENTO, 2002, p.36). Nesse sentido, relacionamos as fronteiras às diferenças entre “brasileiros e holandeses”, afinal, “[a]firmar identidade significa demarcar fronteiras, significa fazer distinções entre o que fica dentro ou que fica fora” (SILVA, 2009, p. 82). Em termos metodológicos, a pesquisa adota os princípios qualitativos de cunho etnográfico interpretativista, objetivando a inserção na comunidade de imigrantes holandeses em questão, visando a uma melhor compreensão da realidade desta, a fim de não negligenciarmos as situações sociais nas quais os sujeitos estão inseridos.  Como primeiros resultados, observamos que se por um lado a colônia de imigrantes pode existir em relativo distanciamento em relação aos brasileiros (como são chamados pelos descendentes), por outro lado, os brasileiros passaram a se inserir cada vez mais em meio às práticas sociaisculturais que os holandeses(como são chamados pelos não descendentes) tanto reservavam para si como, por exemplo, os casamentos entre descendentes e brasileiros(as). Dessa forma, a partir da inserção de “brasileiros” na comunidade, cada vez mais frequente, o holandês tem sido ouvido com menos frequência assim como críticas surgem com relação à primeira língua dos filhos, holandês ou português? Observamos também, que relativo ao ensino de holandês, os filhos de casais não mestiços são os mais frequentes, afinal, falar holandês representa uma maior valorização da cultura holandesa.