62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | O “enjambement” como constituinte do tom no poema “A Busca” de Armindo Trevisan |
Autor(es): | William Saraiva. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 23/11/2024 |
Palavra-chave | tom, tom, trevisan |
Resumo |
Ao discutir a formação do tom discursivo em minha dissertação de mestrado “O tom melancólico em Álvares de Azevedo” observei que esse se constitui de vários traços sonoros, tanto segmentais quanto suprasegmentais, que se atrelam às escolhas vocabulares do enunciador. Dessa forma, quando relacionados os traços linguísticos de caráter fonológico com aspectos sintáticos, morfológicos e semânticos em um determinado gênero de discurso, forma-se o tom que consequentemente corrobora a construção do sentido de um determinado texto. Dentre as várias características fonoestilísticas da poesia azevediana, o “enjambement” foi apontado como um dos constituintes do tom no discurso, por corresponder ao encadeamento ou “transbordamento sintático de um verso em outro” (MOISÉS, 1974), promovendo uma mudança no padrão rítmico do poema. Ao relacionar esse fenômeno às escolhas lexicais, presentes na tessitura textual, nota-se que há expressões, palavras ou versos inteiros que podem ser destacados ou podem expressar, por meio da estrutura das estrofes, ideias ou ações opostas. Partindo desses aspectos, tenho como objetivo apresentar observações feitas acerca do “enjambement” não só como um traço rítmico formador do tom no discurso, mas também como um dos constituintes do sentido no texto poético. A pesquisa também contém uma mudança de foco com relação ao tema do corpus, que antes privilegiava a melancolia na obra de Álvares de Azevedo e agora aborda o erotismo no poema “A Busca”, de Armindo Trevisan, publicado no livro “Adega Imaginária” de 2013. Para realizar este estudo, partimos do viés da Estilística Discursiva dando ênfase aos aspectos rítmicos da em consonância com os demais traços sonoros, os lexicais e sintáticos embasados nos estudos de MICHELLETI (2006, 2011), SPARANO (2001, 2006, 2011) e MARTINS (2008). Para que possamos explicar como esses aspectos são dados no discurso, estabelecemos um diálogo entre a Estilística, a Análise do Discurso de linha francesa, a partir dos estudos de MAINGUENEAU (1997, 2001, 2006) e MAINGUENEAU & CHARAUDEAU (2010), e a Gramática Descritiva de AZEREDO (2008) e PERINI (2010). |