62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Emília aos olhos de Bakhtin: uma relação dialógica |
Autor(es): | José Geraldo Duarte, Camila de Araújo Beraldo Ludovice. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | texto e discurso, texto e discurso, enunciado |
Resumo |
Pretende-se com este trabalho analisar a obra de Monteiro Lobato, Sítio do pica-pau amarelo, mais especificamente a personagem Emília, analisando-a com um olhar Bakhtiniano, voltado para as suas falas e peripécias aprontadas no decorrer de sua eterna infância, onde o diálogo torna-se fundamento básico para a compreensão do mundo passado, presente e futuro. Pois segundo Bakhtin, a arte possibilita-nos viver várias vidas em vez de uma só, e com isso, podemos enriquecer a nossa experiência pessoal. Bakhtin afirma ainda, que na medida em que não há coincidência absoluta entre o espectador e o herói, e entre o ator e a personagem representada, o que ocorre é que representamos sempre o viver a vida. A personagem destacada mora em nosso mundo, mas vive em um mundo paralelo, em condições semelhantes à normalidade de toda criança, mas completamente alheia ao chamado real. O estudo pretende também analisar os elementos constitutivos que contribuem para a produção de sentido provocada por alienações, segundo conceitos desenvolvidos nas reflexões de Bakhtin e seu círculo, a partir desses estudos Bakhtinianos. As diversas formas discursivas mostram várias vozes dialógicas presentes no discurso empregado, favorecendo o uso dos gêneros textuais, já que os gêneros estabelecem uma interconexão da linguagem com a vida social, que por meio de enunciados concretos, penetra na existência humana, mostrando que podem ser recriados e pensados fora de uma realidade atual e presente, dentro de uma dimensão de espaço e tempo, existente ontem, hoje e sempre, que então, passa a produzir um significante atualizado neste contexto, lembrando-nos que os gêneros discursivos se adequam e se complementam de acordo com as necessidades e condições enunciativas. Para Bakhtin, há um eterno vínculo entre discurso e enunciado. Pretende-se desta forma alcançar a compreensão do sentido dos textos, considerando as posições assumidas pelos enunciadores e seus diálogos sociais que não são repetidos, nem são completamente novos. |