62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
---|---|
Título: | O discurso médico sobre a morte no final do século XIX |
Autor(es): | FERNANDA KIELING PEDRAZZI. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 08/10/2024 |
Palavra-chave | Discurso, Discurso, Morte |
Resumo |
O trabalho é voltado para a Análise de discurso e tangencia a história da medicina no Brasil, Rio Grande do Sul e de Santa Maria uma vez que se dispõe a analisar o discurso médico sobre a morte a partir da análise de atestados de óbito assinados por médicos da Santa Maria dos anos de 1896. Está vinculado tem como questão teórica o “discurso sobre” a morte que está circunscrita na análise da totalidade de 86 documentos de tipo documental “atestado de óbito”, que compõem o Livro 13 do Fundo Intendência Municipal denominado “Óbitos” e que estão preservados no Arquivo Histórico Municipal de Santa Maria. São documentos de caráter público localizados na Santa Maria, do Rio Grande do Sul, de 1896. Nos documentos há a presença de nove médicos que atuaram naquele espaço/tempo. Assim a análise busca lançar um gesto de leitura sobre as formulações de um dos médicos que assina atestados de óbito em 1896, documentos estes, especificamente os analisados em número de onze, guardados pela Intendência e preservados no Arquivo Histórico Municipal. Nestes documentos é observada a movência de sentidos e o atravessamento da ideologia no discurso, tendo sido selecionado um médico de modo a reconhecer movimentos na expressão da língua próprios daquela categoria profissional, tendo como real a sua inscrição na história a partir da noção de formação discursiva. Pêcheux diz que é possível fazer um estudo da “construção dos objetos discursivos e dos acontecimentos, e também dos ‘pontos de vista’ e ‘lugares enunciativos no fio do intradiscurso’” (2010, p. 313) numa perspectiva de análise de discurso que deseja uma nova maneira de “ler as materialidades” estabelecendo relações com a memória. Tomaram-se, neste trabalho, os documentos assinados pelo porto-alegrense Astrogildo Cesar de Azevedo, que viveu entre 1867 e 1946, clinicando em Santa Maria, onde fundou um hospital, de Caridade, que tem como aposto seu nome. Orlandi (2012, p. 39) relata que a análise de discurso de Pêcheux começa com a possibilidade de “relacionar língua e ideologia” tendo o discurso como objeto enquanto “efeito de sentido entre locutores” (PÊCHEUX, AAD69 apud ORLANDI, 2012, p. 38). |