62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Processos de conclusão de texto argumentativo |
Autor(es): | Cristina Lopomo Defendi. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 03/12/2024 |
Palavra-chave | Gramaticalização, Gramaticalização, cognição |
Resumo |
Esta pesquisa tem como objetivo descrever as construções linguísticas usadas para marcar a conclusão de um texto dissertativo-argumentativo e analisar, pela perspectiva da Gramaticalização e da Cognição, a construção mais frequente. Por conceber a língua como interação, o objeto desta pesquisa centra-se em uma interação social, avaliativa, em que a produção textual é uma forma de expressar um saber acumulado em anos de ensino formal. Para tanto, uso um corpus composto por 500 redações de vestibular da FUVEST (Fundação para o vestibular – USP), produzidas nos anos de 2007 a 2011, consideradas as melhores pela banca corretora. Como material de controle, analiso redações da FUVEST, de mesmos anos, consideradas as piores, bem como redações escolares e textos jornalísticos argumentativos (editoriais e artigo de opinião). Fundamento teoricamente esta pesquisa nos estudos sobre Cognição, a partir de Tomasello (2003) e Bybee (2010), sobre Gramaticalização, com Diewald (2006), Traugott e Dasher (2005), Traugott (2008), Lehmann (1985, 2002 e 2011) e sobre Texto, com Halliday (1973), Halliday e Hasan (1976) e Koch (2002). Todo o material analisado teve tratamento quantitativo e qualitativo e chegou-se à determinação de que as estratégias de conclusão textual do gênero redação escolar e redação de vestibular se organizam em torno da retomada, do fecho de raciocínio lógico e da finalização, além da sinalização da conclusão, algo como um “holofote” pragmático, usado para que o leitor seja avisado de que o texto será concluído. Foi possível validar a ideia de que o uso de determinadas construções em contextos não esperados propicia um novo significado que, após uma fase de possíveis ambiguidades de interpretações, passa a contextos isolados de uso. Também é possível afirmar que, cognitivamente, o uso da uma estratégia de conclusão textual revela intencionalidade e atenção conjunta do escrevente com seu leitor. Ou seja, a porção textual dedicada à conclusão é propícia para estabelecer a interação escritor-leitor (vestibulando-banca corretora) e para isso é comum o uso de marcas de intersubjetivação e subjetivação, ou seja, tanto marcas para compartilhar a atenção para o final do texto, fecho do raciocínio, quanto para expressar a atitude e o conhecimento do eu que se expressa no texto e, com isso, a noção de autoria que é tão valorizada pela banca corretora. |