62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Características aspectuais dos auxiliares ‘terÂ’ e ‘virÂ’ em português brasileiro |
Autor(es): | Roberlei Alves Bertucci. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | verbos auxiliares, verbos auxiliares, aspecto verbal |
Resumo |
A partir da apresentação dos contextos de ocorrência dos verbos auxiliares ‘ter’ e ‘vir’ em português brasileiro, o presente trabalho tem como objetivo principal relacionar as noções de iteração (repetição) e continuidade, expressas pelas perífrases com esses auxiliares, às características lexicais do complemento com o qual se combinam, levando em conta o aspecto lexical discutido na literatura (ver Vendler 1957; Rothstein 2004; Wachowicz e Foltran 2007, entre outros). Além disso, nossa pretenção é comparar a interpretação atribuída pelos falantes a sentenças como ‘O Pedro tem viajado pra São Paulo’ e ‘O Pedro vem viajando pra São Paulo’, fato que ainda carece de pesquisas em português brasileiro (ver Cavalli 2005 e Wachowicz 2006). Partindo do pressuposto de que na estrutura da língua há dois níveis de aspecto em interação, o aspecto lexical, dado basicamente pelo sintagma verbal, e o aspecto gramatical, dado por uma relação entre intervalos de tempo, confome proposto por Klein (1994), a nossa intenção é mostrar as possíveis diferenças que esses auxiliares apresentam tanto entre si, quanto na relação com o aspecto lexical do predicado que aparece como seu complemento. Nesse sentido, pretendemos relacionar as ideias de iteração (repetição) e continuidade com o aspecto lexical do predicado selecionado. Em seguida, vamos mostrar que os verbos auxiliares em questão parecem assumir um papel de auxiliares de aspecto gramatical na língua, fato importante para separá-los de outros auxiliares que formam perífrases de repetição/continuidade, como aquelas com ‘ficar’, ‘andar’ e ‘viver’, que, numa pesquisa preliminar, apresentaram características de verbos de aspecto lexical, tais como ‘começar’ e ‘parar’ (ver Laca 2002; 2004; Bertucci 2011, entre outros). Finalmente, ao compararmos as construções com ‘ter’, ‘vir’ e o presente simples (não perifrástico), vamos apontar que existem algumas diferenças importantes a serem levadas em conta que a sentença seja aceitável na língua. Entre essas diferenças, estão o término (ou não) do evento descrito na sentença e o conhecimento compartilhado pelos falantes. |