62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Assimetrias no domínio nominal: os traços dos nomes em compostos e dos nomes em sintagmas nominais |
Autor(es): | Vitor Augusto Nóbrega. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | Composição, Composição, Morfologia Distribuída |
Resumo |
Neste trabalho, buscamos apresentar um paralelo entre a constituição de traços gramaticais que compõem um nome em contextos de composição (e.g., nomes em compostos NN, NA e VN) e nomes utilizados como núcleos de sintagmas nominais, a fim de deflagrar: (i) quais são esses traços gramaticais, (ii) como eles são combinados computacionalmente pela gramática, (iii) como são estabelecidas suas relações de dependência com relação a outros núcleos (e.g., concordância) e (iv) quais são as consequências morfo-fonológicas decorrentes de sua distribuição. Assumindo que a estrutura morfológica é estrutura sintática, tal como propõe a Morfologia Distribuída, partimos da ideia de que um constituinte nominal – seja ele membro de um composto ou núcleo de um sintagma – é formado sintaticamente. Assim, será sua constituição de traços o que ocasionará seus diferentes comportamentos morfossintáticos, os quais são percebidos a partir de três aspectos principais: (a) referencialidade, (b) relações de dependência e recursividade e (c) estruturas morfológicas. O primeiro aspecto pode ser notado a partir da ausência de referencialidade em nomes internos a compostos, algo percebido com a agramaticalidade ocasionada pela presença de determinantes (e.g., *limpa-[os vidros]; *[o peixe]-[o espada]). O segundo aspecto apresenta a impossibilidade dos nomes internos a compostos em estabelecer relações de dependência, e de como essas relações são bloqueadas em uma sequência de nomes formando um composto (e.g., O MASC-SG [salva-vidas FEM-PL]; [O MASC-SG [casca-grossa FEM-SG]. O terceiro aspecto requer uma explicação de como a variedade de estruturas morfológicas atestadas nos compostos são estabelecidas a partir dos traços que compõem seus constituintes nominais (e.g., Radical + Radical: [antrop-o-fag-ia]; Radical + Palavra: [cervej-o-chato]; Palavra + Palavra: [peixe -espada]). Para os sintagmas, admitimos que os determinantes são os responsáveis por atribuir os valores dos traços que compõem seus núcleos nominais, via um sistema de Agree Reverso (cf. WURMBRAND, no prelo; ZEIJLSTRA, no prelo). Nos compostos, por sua vez, os nomes entram no componente sintático com seus traços gramaticais já valorados, o que ocasiona a ausência de determinantes internos a essas construções. Assumimos, ainda, que os compostos contêm um domínio categorial acima de seus constituintes, o qual age como um interventor nas relações de dependência, gerando os dados de (b). Por fim, a variedade estrutural em (c) é explicada pela ausência do traço de classe nos compostos formados por radicais, o que impede a inserção de uma vogal temática nesses nomes quando eles atingem o componente morfológico da gramática. |