62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
---|---|
Título: | A fronteira e as línguas atravessadas nos relatos de viagens |
Autor(es): | Marilene Aparecida Lemos. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | fronteiras, fronteiras, história |
Resumo |
Este trabalho propõe mostrar uma parte de minha pesquisa de doutorado, em andamento, no IEL∕Unicamp, cujo título provisório é: “Barracão-PR, Dionísio Cerqueira-SC (Brasil); Bernardo de Irigoyen (Misiones-Argentina): fronteiras, línguas e história”. Pretendo trazer à discussão um dos objetivos do projeto de pesquisa, o qual visa analisar traços de memória das línguas dos imigrantes e de outras línguas que constituíam esse espaço de fronteira quando da demarcação dos limites, na∕s línguas∕s enunciadas cotidianamente nesse “espaço fronteiriço” (STURZA, 2006). Tais questões funcionam como propulsoras da questão fundamental da pesquisa: compreender discursivamente, por meio da história, as evidências a que nos encontramos submersos, sobretudo com relação às línguas enunciadas nessa faixa de fronteira; ou seja, investigar de que maneira a língua espanhola e outras línguas enunciadas na fronteira estão postas nesse espaço, como estas línguas significam, deslocando-as de sua aparência empírica (como “línguas em contato”, “línguas de fronteira”, “línguas na fronteira”...) para desvendar seu funcionamento enquanto discurso. Para tanto, considero relevante retomar duas obras que pontuam aspectos importantes sobre a região fronteiriça em estudo: “Pela Fronteira” (NASCIMENTO, 1903), a qual trata das narrativas de uma viagem empreendida pelo próprio autor entre Curitiba e Foz do Iguaçú. Esse livro, nas palavras do autor, “não pode ser nem um livro de arte, nem um complexo de conhecimentos úteis sobre a zona de fronteira. É antes um roteiro”. E “A viagem de 1929: Oeste de Santa Catarina: documentos e leituras”, organizada pelo Centro de Memória do Oeste de Santa Catarina. Essa obra contém a reimpressão de escritos do início do século XX, que relatam a viagem do então governador Adolfo Konder ao Oeste do estado de Santa Catarina. A partir dessas obras, e adotando a perspectiva discursiva materialista de análise, busco sinalizar algumas pistas de quais eram as línguas usadas naquelas condições de produção, ou seja, quais eram as línguas autóctones e as línguas trazidas por colonizadores, escravos e imigrantes. |