62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | A produção de parafasias em sujeitos com afasias fluentes e não-fluentes |
Autor(es): | Thalita Cristina Souza Cruz. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | Parafasia, Afasias fluentes, Afasias não-fluentes |
Resumo |
Introdução: Este trabalho, desenvolvido no âmbito da Neurolinguística enunciativo-discursiva (Coudry, 1986/1988, Novaes-Pinto, 1999, Souza-Cruz, 2013, dentre outros), visa discutir algumas questões teórico-metodológicas acerca das "parafasias semânticas” produzidas por sujeitos afásicos, a partir da apresentação de dados obtidos em episódios dialógicos em sessões do CCA – Centro de Convivência de Afásicos do IEL/UNICAMP. Marco teórico: A produção de parafasias é um fenômeno considerado de alta frequência nas afasias, mas também pode ser observado na linguagem de sujeitos não-afásicos e caracteriza-se pela produção de determinada palavra no lugar de outra - a palavra-alvo. Tradicionalmente, classifica-se em: i) semântica (quando há uma relação semântica clara entre a palavra-alvo – aquela desejada pelo sujeito e a palavra efetivamente produzida), (ii) lexical (quando não há necessariamente uma relação semântica aparente) e (iii) literal (quando há semelhança sonora entre ambas). A literatura neuropsicológica relaciona a parafasia semântica às lesões posteriores e, portanto, às afasias fluentes, enquanto nas afasias não-fluentes predominariam as parafasias de natureza fonológica. O objetivo deste trabalho é questionar esta afirmação e, a partir dos dados, argumentar a favor da hipótese de que as parafasias semânticas estão presentes também, de forma significativa, nas afasias não-fluentes. Metodologia: Serão apresentadas análises microgenéticas de dados de parafasias de sujeitos afásicos, extraídas de episódios dialógicos entre sujeitos afásicos e não-afásicos – com e sem o uso de protocolos metalinguísticos – ocorridos em sessões individuais ou coletivas do CCA. Resultados: Em primeiro lugar, defendemos que apenas por meio de análises qualitativas, microgenéticas, de episódios dialógicos, é possível compreender a natureza das trocas parafásicas – principalmente quando avaliamos as relações semânticas entre as palavra-alvo e aquela produzida. As análises realizadas permitem concluir que as parafasias semânticas ocorrem em todos os tipos de afasias – não-fluentes e fluentes (embora mais recorrentes nestas). Essas considerações contribuem para que se rediscuta questões relativas à semiologia das afasias, no que diz respeito à natureza das trocas parafásicas, nos processos de seleção e combinação das unidades linguísticas. |