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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: Pois, sem texto não há significação (e não há função-autor)
Autor(es): MARCIA IONE SURDI. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave função-autor, função-autor, texto
Resumo

Propor uma análise acerca do funcionamento da noção função-autor em gramáticas no Brasil é também questionar acerca de como esse sujeito, que toma a função-autor, assume uma posição de autoridade sobre e em relação ao conhecimento gramatical, a ponto de advertir seus leitores em relação a mudanças que deveriam ter acontecido, mas não ocorrem, pois era imprescindível não deformar a “inteiriça estrutura intelectual” da Gramática Normativa da Língua Portuguesa - GNLP. É, também, compreender como esse sujeito apresenta e (se)apresenta, (e se esconde) ao seu leitor, que em um dado momento configurava-se como efeito-leitor, em um texto empírico e discursivo; empírico, por aparentar efeito de unidade, início, meio e fim, e, assim, uma imaginária unidade do sujeito ligado ao texto, como se o seu dizer fosse completo; discursivo, dada sua incompletude, dispersão. É preciso ter em vista um sujeito empírico, que, dada uma formação discursiva, assume a posição sujeito-gramático e também a função-autor. O presente trabalho tem o objetivo de propor uma análise do funcionamento das noções de função-autor e efeito-leitor, considerando a forma como o gramático apresenta e (se)apresenta, (e se esconde) em um texto de Advertência, referente à Nomenclatura Gramatical Brasileira - NGB. Para tanto, reportamo-nos à Gramática Normativa da Língua Portuguesa - GNLP (1959 [1957]), de Carlos Henrique da Rocha Lima, renomado gramático brasileiro, para analisar o funcionamento da função-autor no texto de Advertência da GNLP e efeito-leitor, partindo de uma perspectiva discursivista, de linha pechetiana, bem como, de pressupostos da História das Ideias Linguísticas, tal como vêm sendo trabalhados atualmente no Brasil. Levando em conta nosso objetivo e de que o que temos são sempre “pedaços”, “trajetos”, estados do processo discursivo (Orlandi, 2005), importa destacar que selecionamos o texto de Advertência, por ter sido escrito por Rocha Lima, sujeito-gramático, também na função-autor, por marcar a resistência desse sujeito, ao meio de institucionalização de uma política linguística materializada na NGB; e à manutenção da doutrina que marca sua autoria na produção da GNLP.