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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: As formas “nós” e “a gente” em textos escolares
Autor(es): MARCELO ALEXANDRE TEODORO. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, PORTUGUÊS MINEIRO
Resumo

Diversos estudos acerca das formas “nós” e a “a gente”, sob o ponto de vista sociolinguístico (Naro et al, 1983, Omena, 1986, Albán et alli, 1986, Fernandes e Gorski, 1986, Freitas et al, 1991, Lemos Monteiro, 1991 entre outros), apontam para uma variação linguística no uso dessas formas. Partindo desses (e de outros) estudos e nos resultados recentes de uma pesquisa realizado no português falado urbano da cidade de Uberaba (PELUCO et al, 2011) – que apontou o baixo emprego da forma “nós” (17%) e uma maior rentabilidade da expressão “a gente” (83%) nessa comunidade –, visamos analisar os usos das formas “nós” e “a gente”, na função de sujeito da oração, em uma amostra do português escrito pela comunidade de Uberaba. Para tanto, utilizamos como corpus redações escritas por alunos do ensino médio de uma escola pública da cidade de Uberaba. Assim, partindo, dos estudos de variação e mudança linguísticas laboviana (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 1968, LABOV, 1972), buscamos investigar os contextos linguísticos e extralinguísticos que condicionam o uso da forma “nós” e da forma “a gente” em textos produzidos por alunos da cidade de Uberaba. Além dessa análise linguística, também refletimos sobre as incoerências encontradas nas gramáticas normativas quanto à classificação e inserção da forma “a gente” no sistema de pronomes pessoais e a definição do pronome “nós” como mero plural de "eu", sem mencionar o seu uso mais abrangente e genérico de um "eu-ampliado". Como resultados, mostramos que o uso da forma “a gente” pode ser observada na escrita desses alunos uberabenses. Cabe mencionar que algumas pesquisas na área de Sociolingüística já estão sendo realizadas no estado de Minas Gerais, como a de Ramos (2007), que coordenada um projeto, financiado pela FAPEMIG, que estuda o “mineirês” de Belo Horizonte e visa identificar aspectos característicos do português mineiro nessa região. Porém, ainda há muito que ser investigado, principalmente, na região do Triangulo Mineiro. Dessa forma, investigar os traços linguísticos típicos da fala uberabense é relevante, pois, além de contribuir para o levantamento de informações sobre o Português Mineiro, também possibilitará a reunião de peculiaridades da fala da comunidade de Uberaba.