62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | A língua geral paulista no século XVIII: um estudo comparativo do “Diccionario de Verbos: portuguez tupi-austral e alemão” e do “Vocabulário da Língua Geral” com o “Dicionário da Língua Geral do Brasil” e “Dicionário Português Brasiliano e Brasiliano-Português” |
Autor(es): | Fabiana Raquel Leite. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | línguas gerais, línguas gerais, século XVIII |
Resumo |
A língua geral paulista (LGP) foi a língua dominante entre a população da região do planalto paulista e São Vicente durante os primeiros séculos da colonização portuguesa no Brasil. Contudo, devido à escassez de dados acerca dessa língua, raríssimos são os estudos linguísticos existentes sobre ela. Atualmente, os principais documentos de registro conhecidos da LGP datam dos séculos XVIII e XIX. Para o século XVIII, dispomos de somente dois documentos: um dicionário de verbos com 971 entradas, publicado pelo naturalista alemão Carl Friedrich von Martius em seus “Glossaria linguarum brasiliensium”, sob o nome de “tupi austral” e um vocabulário manuscrito com 440 expressões em língua geral denominado “Vocabulário da Língua Geral” (VLG). Para o século XIX, temos, igualmente, conhecimento de apenas dois documentos de registro, uma pequena lista de palavras colhidas por Saint Hilaire em comunidades de mestiços de índios bororo e negros na província de Minas Gerais e um vocabulário intitulado “Vocabulário Elementar da Língua Geral Brasílica” do paulista José Joaquim Machado de Oliveira. A fim de contribuir para a investigação dessa língua tão escassamente documentada, a presente comunicação visa a apresentar, por meio da análise de seus raros documentos de registro, uma breve descrição da LGP do século XVIII, contrastando-a com a língua geral amazônica (LGA) falada nesse período. Para tanto, foi realizado um estudo comparativo entre os dados da LGP contidos no “Dicionário de Verbos” e no “Vocabulário da Língua Geral” com os dados da LGA constantes em dois documentos de registro dessa língua, o “Dicionário da Língua Geral do Brasil” (manuscrito da Biblioteca da Universidade de Coimbra) e o “Dicionário Português Brasiliano e Brasiliano-Português”, ambos do século XVIII. Procurou-se destacar, na presente análise, as principais diferenças fonéticas, morfológicas e semânticas entre a LGP e a LGA. Apontou-se, ainda, os diversos metaplasmos, a incorporação de estrangeirismos e a formação de neologismos na LGP. |