62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Análise microgenética de dados de uma criança com apraxia fonoarticulatória, em contexto escolar |
Autor(es): | Evani Andreatta Amaral Camargo, Ana Paula de Freitas. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | Análise microgenética, apraxia fonoarticulatória,linguagem e ensino |
Resumo |
Introdução: Temos nos ocupado, em nossas pesquisas, com a contribuição que os espaços escolares podem dar (ou não) ao processo de desenvolvimento linguístico-cognitivo de crianças diagnosticadas com atrasos de desenvolvimento de linguagem. Nesses contextos, é fundamental analisar como se estabelecem as interações entre a criança e seus interlocutores (mediadores) – professores, equipe pedagógica, colegas de classe, etc. Este trabalho tem como objetivo mais geral destacar a relevância da abordagem microgenética na análise desses processos que envolvem o desenvolvimento de funções complexas, como a linguagem. Como objetivos específicos, visa analisar os enunciados de uma criança com apraxia fonoarticulatória, em contexto escolar e o papel de seus interlocutores ao longo de um episódio dialógico. Aspectos metodológicos: O sujeito deste estudo é uma criança de 8 anos de idade, G., que nasceu prematuro e obteve diagnóstico neurológico de má formação do desenvolvimento cortical, apresentando mais tarde, dentre outros sinais, apraxia fonoarticulatória. Em relação ao desenvolvimento da linguagem oral, as primeiras palavras foram produzidas quando ele tinha 4 anos de idade. G. se expressava por meio de gestos indicativos e sua expressão verbal se reduzia à produção de poucas palavras. À época da pesquisa, frequentava o 1o ano do ensino fundamental. A pesquisa foi videogravada, por ser este um instrumento privilegiado para focalizar as interações dialógicas no contexto intersubjetivo. A atividade de transcrição foi minuciosa, como requer a abordagem microgenética. Trazemos para esta apresentação a análise de um episódio dialógico do qual participa o sujeito G., ocorrido em uma sala de aula com 23 alunos do 1o ano do ensino fundamental de uma escola municipal de ensino fundamental de uma cidade do interior do Estado de São Paulo. O dado foi extraído do banco de dados das pesquisadoras, constituído por filmagens feitas entre novembro de 2009 e novembro de 2010, ao longo do período letivo. As transcrições consideram ainda as condições de produção dos acontecimentos recortados para análise. Discussão e Resultados: A análise de cunho microgenético nos permitiu identificar, mesmo com essa produção restrita, processos de significação complexos, que revelam marcas de subjetividade, bem como a construção conjunta dos projetos de dizer, realizados por ele e seus interlocutores. |