62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | A arquitetônica do humor na sala de aula: as tiras da Mafalda nas atividades escolares |
Autor(es): | Jessica de Castro Goncalves. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | arquitetônica, arquitetônica, escola |
Resumo |
As atividades de leitura e interpretação de textos propostas em livros didáticos e em diversas avaliações abordam diferentes gêneros discursivos. Dentre eles encontram-se as tiras de humor, vinculadas a exercícios das diversas áreas no contexto escolar. Uma das tiras constantes nessas atividades, especialmente nas aulas de Língua Portuguesa, são as da Mafalda. Todavia, a arquitetônica dos métodos educacionais existentes na contemporaneidade, em sua maioria, acabam desestimulando a leitura crítica e reflexiva ao invés de propiciar gosto pelo gênero, dada a maneira como empregam tais tiras – como pretexto para atividades gramaticais estruturais e descontextualizadas. As tiras da Mafalda, nesse contexto, tornam-se, em muitos casos, alvo do desgosto e da crítica de alunos que afirmam não compreenderem os efeitos de sentido crítico e o humor nelas presentes. Ao pensar nesse quadro, esta comunicação volve os olhares para como as relações de humor, estabelecidas nas tiras da Mafalda, aparecem e são trabalhadas no contexto escolar, considerando a sua arquitetônica. Para isso, realizou-se pesquisa de campo com alunos pré-vestibulandos, dando-lhes voz. Assim, analisam-se, neste estudo, as leituras das tiras realizadas por alunos de uma turma do terceiro ano do ensino médio de uma escola da rede privada do interior de São Paulo. A fundamentação teórica deste trabalho calca-se nos estudos de Bakhtin. Os gêneros discursivos, segundo a concepção do Círculo, apresentam características arquitetônicas específicas e surgem nas esferas de atividades, de acordo com os diferentes momentos sócio-histórico-culturais. Ao pensar nas relações de humor presentes nas tiras da Mafalda e em seu uso na escola da maneira como vimos, de certa forma, significa pensar a educação em seu sentido amplo, bem como no (não) uso que faz dos gêneros no ensino-aprendizagem, logo, na arquitetura tanto educacional quanto das tiras de humor e esta é a importância do estudo aqui proposto, calcado não no ponto de vista institucional e/ou do professor, mas do aluno, em sua práxis cotidiana. (Apoio: CAPES -DS) |