62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | A atividade epilinguística: emergência da criatividade no ensino de língua |
Autor(es): | Cássia Regina Coutinho Sossolote, Marilia Blundi Onofre. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | operações enunciativas, operações enunciativas, criatividade |
Resumo |
A comunicação que apresentamos tem como temática maior o processo de ensino e aprendizagem de línguas observado sob princípios enunciativos. Das inúmeras abordagens que se encontram nesse campo de estudo, tendo em vista as diferentes concepções de enunciação que circulam, referenciamo-nos nos pressupostos teóricos da TOPE – Teoria das Operações Predicativas e Enunciativas – que tem como autor o linguista francês Antoine Culioli. Nesse quadro teórico e metodológico a atividade de linguagem é concebida como um processo de construção de significação, fruto da relação entre sujeitos em diálogo, que se materializa por meio da língua. A compreensão de Culioli para essa atividade fundamenta-se nas operações de representação mental, referenciação linguística e regulação intersubjetiva, que correspondem, respectivamente, a processos de ordem psicológica, sociológica e psicossociológica, à medida que o sujeito ao se constituir como tal põe em jogo as suas experiências nas relações sociais. Trata-se, assim, de uma proposta que articula o linguístico ao cognitivo, e, nesse sentido, coloca-se em diálogo com os princípios construtivistas. Considerando esse contexto em relação ao ensino e aprendizagem de língua, apoiando-nos em Rezende, propomos o desenvolvimento de um trabalho pelo qual se exploram as atividades linguísticas, epilinguísticas e metalinguísticas. O diferencial dessa proposta está em explicitar a atividade epilinguística, entendida, conforme Culioli, como uma atividade linguística não consciente. Segundo Rezende, operar com o nível epilinguístico no ensino implica levar o aluno a “pensar o seu pensar”. Por meio de tal atividade operatória, o aprendiz observa os movimentos discursivos resultantes de diferentes modulações léxico-gramaticais possíveis. Observa, portanto, a estabilidade e a plasticidade linguística, características da linguagem. Nesse exercício, o objetivo do ensino passa a ser a formação do leitor, compreendendo como leitura tanto o processo de produção textual como o de interpretação de texto. Postas essas questões, as nossas reflexões pretendem por em pauta, mais especificamente, o conceito de sujeito e de criatividade que se delineiam nesse quadro. |