62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Pirataria marítima e editorial |
Autor(es): | Bianca Dorothéa Batista. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 23/11/2024 |
Palavra-chave | The Principal Navigations, The Principal Navigations, Pirataria |
Resumo |
Esta pesquisa pretende analisar a relevância da presença de textos de pilotos ibéricos roubados por piratas ingleses e publicados nas coletâneas de viagens dos editores Richard Hakluyt, The Principal Navigations, Voyages, Traffiques and Discoveries of the English Nation (1589/1598/1599/1600) e Samuel Purchas, Hakluyt Posthumus or Purchas his Pilgrimes (1625) e o papel central destes editores como incentivadores do expansionismo marítimo inglês. Os diversos materiais textuais e visuais roubados, como cartas, diários de bordo, documentos, mapas, livros eram bens tão preciosos quanto o ouro e prata saqueado dos navios e portos, uma vez que os pilotos das Coroas portuguesa e espanhola eram as melhores fontes de informações sobre as rotas marítimas. A tradução destes textos roubados representavam uma labuta editorial dos editores Hakluyt e Purchs em prol de uma ampliação dos conhecimento ingleses acerca do Novo Mundo e consequentemente uma reconfiguração na posição da Inglaterra no cenário das grandes navegações. A partir da história de publicação do depoimento do piloto português Nuno da Silva, investigaremos a intríseca relação entre pirataria marítima e editorial e os atores sociais envolvidos no processo de publicação de materiais textuais roubados dos ibéricos. Graças a captura do piloto português e consequentemente do seu diário de bordo, documentos e mapas, o corsário inglês Francis Drake conseguiu obter informações necessárias para atravessar o Estreito de Magalhães e retornar à Inglaterra com o navio repleto de mercadorias, especiarias e metais preciosos. Os benefícios oriundo dos materiais textuais de Nuno da Silva validavam a relevância das ações de pirataria e com isso reformulavam o valor destas ações, construindo verdades acercas destas práticas que satisfaziam aos anseios dos comerciantes ingleses. A presença de textos roubados de portugueses e espanhois nas coletâneas de viagem de Hakluyt e posteriormente na coletânea de Purchas constituíam uma estratégia retórica para o aumento de viagens de ingleses para o Novo Mundo e principalmente para o incentivo à expedições de comércio e colonização nas terras ultramarinas. |