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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: A variável “autonomia comunicativa” na caracterização de marcadores discursivos da Gramática Textual-Interativa
Autor(es): Eduardo Penhavel. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave marcadores discursivos, marcadores discursivos, perspectiva textual-interativa
Resumo

Na Gramática Textual-Interativa (GTI), quadro teórico-metodológico em que se insere este trabalho, a classe dos chamados “Marcadores Discursivos” (MDs) é definida mediante a combinação de traços linguísticos referentes a nove parâmetros de análise. Um desses parâmetros (ou variáveis) é denominado “autonomia comunicativa”, o qual inclui os traços “comunicativamente autônomo” e “comunicativamente não-autônomo”. A nosso ver, os trabalhos definidores de MDs na GTI apresentam explicações relativamente curtas e simplificadas sobre essa variável, as quais não chegam a ser suficientemente claras, dificultando, e por vezes inviabilizando, a aplicação de tal variável na análise de MDs.  Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é discutir a variável em foco, procurando contribuir para esclarecer em que ela consiste e, assim, para esclarecer em quais situações as expressões linguísticas devem ser analisadas como manifestando o traço “comunicativamente autônomo” e em quais situações devem ser analisadas como portadoras do traço “comunicativamente não-autônomo”. Nossa sugestão é que a variável em pauta seja analisada com base na noção de “enunciado completo”, considerando “enunciado” no sentido de Ato Discursivo – conceito tomado emprestado da Gramática Discursivo-Funcional – e reconhecendo a existência de tipos de Atos/enunciados comunicativamente autônomos (ou independentes) e comunicativamente não-autônomos (ou dependentes). Assim, nossa proposta é que, para uma unidade linguística poder ser analisada com o traço “comunicativamente autônomo”, ela deve preencher duas condições: (i) constituir, em si própria, um enunciado; (ii) esse enunciado deve pertencer a um dos tipos de enunciados comunicativamente independentes. De forma sintética, integrando essas duas condições, a proposta seria considerar que um elemento linguístico apresenta o traço “comunicativamente autônomo” quando constitui, em si próprio, um enunciado independente. Em outras palavras, e focalizando agora o traço “comunicativamente não-autônomo”, nossa sugestão seria considerar que este traço manifesta-se (i) quando uma unidade não chega a constituir, em si própria, um enunciado (sendo apenas uma parte de um enunciado) ou (ii) quando uma unidade constitui um enunciado comunicativamente dependente – o que, conforme explicamos no trabalho, aplica-se às classes de enunciados que tratamos como Atos de Interpelação, de Checagem, de Injunção e de Iniciação.