62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
---|---|
Título: | Discursos sobre a língua do manual do politicamente correto |
Autor(es): | Loide Andréa Salache. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | sujeito, sujeito, ideologia |
Resumo |
Nessa investigação, o objeto de pesquisa é o discurso sobre a língua do manual do politicamente correto, significada como mais uma ação coercitiva que busca o gerenciamento da língua. Três artigos “formadores de opinião”, pertencentes a formações discursivas que se imbricam e ao mesmo tempo se diferenciam, pelas distintas posições-sujeito, estruturam o corpus. Os chamados, pelos autores do manual, de “formadores de opinião”, respondem pela autoria das três materialidades recortadas e, a partir dessas materialidades, recortamos sequências discursivas (SD's) a serem analisadas, com o objetivo de responder a seguinte questão de pesquisa: Como nos discursos sobre o manual constroem-se evidências de que a língua é sempre heterogênea, apesar das práticas coercitivas? O objetivo geral em torno dessa questão é compreender o funcionamento discursivo da língua no manual, destacando os efeitos de sentidos que escapam ao seu gerenciamento e a sua uniformização, buscando identificar os discursos que sustentam essa prática. Esse objetivo geral desdobra-se nos objetivos específicos a seguir: 1) mapear ações governamentais que dão visibilidade ao Estado como Aparelho Repressivo (ARE) em relação às práticas linguajeiras; 2) identificar os procedimentos discursivos instauradores de evidências em torno do funcionamento da língua em sua heterogeneidade e as dificuldades de sua manualização; 3) destacar a concepção de língua em funcionamento nas materialidades recortadas a partir das posições-sujeito ocupadas pelos responsáveis pelos discursos sobre a língua manualizada, enfatizando as regularidades, as rupturas, as contradições e os discursos que sustentam/ancoram esse funcionamento. A partir das questões de pesquisa e dos objetivos propostos pode-se concluir que, nesse manual, especificamente, o gerenciamento da língua instaurou, entre outros efeitos de sentidos, o de que, a uniformização da língua inscreve-se na ordem do impossível e a heterogeneidade constitui-se como um modo de resistir à coerção, à dominação. Os discursos que sustentam a tentativa de “gerenciamento” da língua advêm da história das civilizações, de lugares e tempos em que a língua funcionou como instrumento político de dominação, tornando visível e legítimo o poder institucionalizado. |