62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Documentos oficiais como discursos formadores e como constituintes de políticas linguísticas |
Autor(es): | Cloris Porto Torquato. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | Documentos oficias, Documentos oficias, Políticas Linguísticas |
Resumo |
Neste trabalho – que integra uma pesquisa mais ampla sobre políticas linguísticas, letramentos e identidades –, tenho como objetivo analisar documentos oficiais que pretendem orientar o ensino – dentre os quais destaco documentos curriculares (nacionais e estaduais) – considerando-os como gêneros do discurso que integram a cadeia discursiva de formação de professores e que constituem políticas linguísticas oficiais. Nesta análise, parto da concepção de gênero de discurso formulada pelo Círculo de Bakhtin (BAKHTIN, 2003; VOLOCHINOV/ BAKHTIN, 1986) e procuro assinalar contribuições conceituais e metodológicas dos trabalhos deste Círculo para o estudo das políticas linguísticas. Assim, neste trabalho, focalizo a) os contextos de produção e circulação desses documentos, b) elementos que os caracterizam internamente (estrutura composicional, conteúdo temático e recursos lingüísticos/ estilísticos) e c) alguns discursos com os quais estes documentos dialogam. Produzidos no entrecruzamento das esferas política, educacional e acadêmica, esses documentos configuram-se como discursos formadores de professores, uma vez que são dirigidos aos docentes em exercício e são estudados em cursos de Letras. Neste contexto, esses documentos caracterizam-se pelo diálogo entre discursos oriundos dessas distintas (mas complementares) esferas sociais. Na formação docente constituída pelos documentos, são estabelecidas políticas linguísticas tanto no que se refere à língua portuguesa (referida principalmente como língua materna e como língua nacional, marcando-se fortemente a dominação desta língua em relação às demais) quanto no que se refere às línguas indígenas, às línguas de imigrantes, à LIBRAS e às línguas adicionais (línguas que são silenciadas nos documentos relativos ao ensino da língua portuguesa; algumas são mencionadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais – Temas Transversais – Pluralidade Cultural; e, predominantemente, são tratadas apenas em documentos específicos – para a educação escolar indígena, para o ensino de línguas estrangeiras, para a educação de surdos). Neste sentido, torna-se relevante compreender a constituição desses gêneros do discurso e os modos como engendram e veiculam essas políticas linguísticas. |