Programação do 62º seminário do GEL

As vogais médias têm sido objeto de diversos estudos, devido à variedade de tipos encontrados, como também por seu comportamento diferenciado em relação à posição pretônica e tônica. Nesse sentido, muitos linguistas têm privilegiado o estudo dessas vogais na posição pretônica, uma vez que, nessa posição, as vogais apresentam maior variação. O presente artigo justifica-se como relevante devido à existência de poucos estudos direcionados à análise das vogais médias orais em posição tônica. Com o intuito de contribuir para um efetivo conhecimento das vogais médias em posição tônica no dialeto mineiro, este artigo tem como objetivo investigar a alternância do timbre das vogais orais tônicas, quando elas se apresentam em flexão de número plural. Para tanto, os teóricos Alves (1999, 2008), Bisol (2010), Mattoso Camara Jr. (2000), Miranda (2000) e Silva (2008) foram selecionados por melhor atenderem às perspectivas de uma análise profunda do corpus escolhido. Considerando os estudos preliminares feitos a respeito das vogais médias orais tônicas no plural, pode-se afirmar que a Língua Portuguesa apresenta alguns substantivos que alteram o timbre (aberto e/ ou fechado) da vogal tônica quando são pluralizados. Assim sendo, têm-se, como exemplo, os nomes ‘abrolho’, ‘caroço’, ‘olho’, ‘osso’, ‘fogo’, ‘ovo’ e ‘forno’, os quais apresentam a vogal tônica o fechada quando estão no singular, já quando são pluralizados mudam o timbre para aberto e, se considerarmos o processo de metafonia nominal, o que esperaríamos é que houvesse uma produção maior do timbre aberto, visto que a flexão de gênero /S/ tenderia para esse timbre. Desse modo, este artigo analisará os casos de metafonia nominal no dialeto ituiutabano. Ressalta-se, ainda, que o presente artigo está integrado ao Projeto de Pesquisa “As vogais médias nos nomes do dialeto ituiutabano: um estudo da metafonia nominal”, o qual será desenvolvido no programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federal de Uberlândia.