62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | A arquitetura da arquitetônica bakhtiniana |
Autor(es): | Urbano Cavalcante Filho. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | arquitetônica, arquitetônica, metalinguística |
Resumo |
Esta comunicação tem por finalidade apresentar resultados parciais por mim obtidos com a investigação de doutoramento em Filologia e Língua Portuguesa do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FLP-DLCV-FFLCH-USP). Inserido num projeto de identificação, descrição e análise da arquitetônica da divulgação dos saberes científicos no Brasil no século XIX, nesta apresentação meu objetivo é discutir como o conceito de arquitetônica foi empreendido pelo círculo de Bakhtin, em suas primeiras formulações filosóficas. Dentre os vários conceitos apresentados pelo Círculo, a exemplo de dialogismo, carnavalização, cronotopo, polifonia, plurilinguismo, entre outros, a noção de arquitetônica se configura como um dos mais importantes e complexos. Para essa empreitada, é preciso um estudo pelos ensaios “Arte e responsabilidade” (1919), “O autor e a personagem na atividade estética” (1920-3), “O problema do conteúdo, do material e da forma na criação literária (1924) e “Para uma filosofia do ato responsável” (1920-4), para que se consiga entender como foi formulado e onde se encontram as premissas para construção de tal conceito filosófico, levando-se em consideração o projeto de elaboração de uma filosofia da linguagem empreendida pelo círculo de Bakhtin na década de 20 do século passado. De posse do entendimento dessa importante noção, é possível que se entenda como o homem, enquanto centro de valor, age ética, responsável e responsivamente, num contexto cultural, axiológico e semântico, representando um evento sócio-histórico situado. Assim, as inter-relações axiológico-dialógicas interdiscursivas e interativas, construídas em espaço de tensão, nas zonas fronteiriças do processo interacional e constituintes do agir do homem no mundo, serão vistas na perspectiva da trans(meta)linguística, pois o que se busca num estudo bakhtiniano não é uma análise puramente linguística, reduzindo a língua em si, mas empreender um projeto de investigação que considere os aspectos dialógicos e extralinguísticos da linguagem situada e as condições concretas da existência e da vida dos discursos, suas interdependências e inter-relações. |