62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título:	Discursos entrelaçados e construção de sentidos: relato sobre estratégias de estudo da linguagem em um curso universitário
Autor(es):	Andréa Gomes de Alencar. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave	Ensino de língua, Ensino de língua, Ato responsável
Resumo	O estudo estanque e descontextualizado das formas linguísticas apartado do texto e de seu todo significativo tem sido objeto de críticas há décadas por diversos pesquisadores (TRAVAGLIA, 1998; ANTUNES, 2003, NEVES, 2013). Essa prática, no entanto, ainda está presente nos segmentos do ensino básico (Ensino Fundamental e Médio), inclusive nas ações de professores recém-formados. Em investigação realizada junto a alunos do nível superior, observamos que esta prática pode ser entendida de duas formas: repercussão do próprio processo de formação do aluno-professor – cuja vivência escolar pregressa apresentava o estudo de texto e linguagem de forma apartada – e sua própria formação universitária, em que essa estrutura estanque mantinha-se nas práticas dos docentes formadores. Com objetivo de propor uma quebra nesse paradigma, iniciamos um trabalho de estudo do texto voltado para a construção global do enunciado, entendendo que cultura e vida devem manter-se sempre juntas, pois sua separação gera um esvaziamento de sentido dos saberes (Bakhtin, 2010). O presente estudo tem como objetivo apresentar o resultado desse trabalho realizado em um curso de licenciatura em Letras, em que os alunos foram estimulados analisar o diálogo presente entre fotografias publicadas na primeira página do jornal Metro, o discurso verbal que acompanha a imagem (inclusive refletindo sobre as escolhas lexicais empregadas) e os enunciados já-ditos que podem ser recuperados a partir dessa construção. Considerando que a linguagem tem o enunciado como sua unidade real, a partir da interação verbal entre seus interlocutores (Volochinov/Bakhtin, 1929), entendemos que a construção de sentidos pelo leitor exige uma retomada de discursos outros com os quais o enunciado do jornal dialoga. A discussão teve como base conceitos, advindos dos estudos de Bakhtin e o Círculo, de “texto”, como enunciado concreto, e de “arquitetônica”, presente na obra de 1920-24/2010, Para uma filosofia do ato responsável, uma vez esta noção favorece o entendimento das relações dialógicas. A partir desta discussão, intentamos contribuir para a reflexão sobre práticas educacionais que unam os saberes escolares aos atos de vida, fazendo do ensino algo mais significativo.

O estudo estanque e descontextualizado das formas linguísticas apartado do texto e de seu todo significativo tem sido objeto de críticas há décadas por diversos pesquisadores (TRAVAGLIA, 1998; ANTUNES, 2003, NEVES, 2013). Essa prática, no entanto, ainda está presente nos segmentos do ensino básico (Ensino Fundamental e Médio), inclusive nas ações de professores recém-formados. Em investigação realizada junto a alunos do nível superior, observamos que esta prática pode ser entendida de duas formas: repercussão do próprio processo de formação do aluno-professor – cuja vivência escolar pregressa apresentava o estudo de texto e linguagem de forma apartada – e sua própria formação universitária, em que essa estrutura estanque mantinha-se nas práticas dos docentes formadores. Com objetivo de propor uma quebra nesse paradigma, iniciamos um trabalho de estudo do texto voltado para a construção global do enunciado, entendendo que cultura e vida devem manter-se sempre juntas, pois sua separação gera um esvaziamento de sentido dos saberes (Bakhtin, 2010). O presente estudo tem como objetivo apresentar o resultado desse trabalho realizado em um curso de licenciatura em Letras, em que os alunos foram estimulados analisar o diálogo presente entre fotografias publicadas na primeira página do jornal Metro, o discurso verbal que acompanha a imagem (inclusive refletindo sobre as escolhas lexicais empregadas) e os enunciados já-ditos que podem ser recuperados a partir dessa construção. Considerando que a linguagem tem o enunciado como sua unidade real, a partir da interação verbal entre seus interlocutores (Volochinov/Bakhtin, 1929), entendemos que a construção de sentidos pelo leitor exige uma retomada de discursos outros com os quais o enunciado do jornal dialoga. A discussão teve como base conceitos, advindos dos estudos de Bakhtin e o Círculo, de “texto”, como enunciado concreto, e de “arquitetônica”, presente na obra de 1920-24/2010, Para uma filosofia do ato responsável, uma vez esta noção favorece o entendimento das relações dialógicas. A partir desta discussão, intentamos contribuir para a reflexão sobre práticas educacionais que unam os saberes escolares aos atos de vida, fazendo do ensino algo mais significativo.

Programação do 62º seminário do GEL