62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | A função da linguagem no contexto da teoria de sistemas complexos |
Autor(es): | William Pickering. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | linguística funcional, linguística funcional, sistemas complexos |
Resumo |
Este trabalho, baseado no estudo de fontes bibliográficas, trata da função da linguagem no contexto da teoria de sistemas complexos e da linguística cognitiva. Em primeiro lugar, argumentos são apresentados, com base na teoria de sistemas complexos, em favor da hipótese de que a função das línguas naturais é fundamentalmente a coordenação das atividades de grupos humanos. Falantes individuais são tratados como unidades numa rede social, entendida como sistema complexo dinâmico; a estrutura linguística (manifestada no conjunto de idioletos dos falantes de uma dada língua) é interpretada como a correlação observável destas unidades; a interação linguística dos falantes é interpretada como tendo a função de coordenar as unidades no sistema. Em segundo lugar, esta hipótese é considerada à luz de como a função comunicativa da linguagem é definida na linguística funcional, ou seja, em termos de referência, predicação e atos de fala. Argumenta-se que essas funções linguísticas podem ser entendidas como facetas da função de coordenação social em geral. Em terceiro lugar, a proposta do linguista espanhol Enrique Bernárdez, segundo a qual as línguas são uma forma de "cognição sinergética", é apresentada e avaliada. Segundo Bernárdez, ambas a linguísticas cognitiva e gerativista erram ao focar excessivamente em processos dentro do indivíduo. Pare ele, a cognição linguística deve ser entendida num sentido trans-individual, ou seja, as estruturas de linguagem e uso da linguagem são produtos históricos da interação social auto-organizada e derivam suas formas, em casos específicos, como resultado dessa interação "sinergética". Ele argumenta que a sua proposta combina bem com as pressuposições da linguística cognitiva baseada em uso (usage-based theories) e além disso, argumenta que a variação sociolinguística pode ser vista como uma consequência natural de sua proposta. Neste trabalho é feita uma tentativa de esclarecer a distinção que Bernárdes faz entre congnição sinergética e cognição distribuída. Discutimos se o conceito da função da linguagem aqui apresentado tem implicações concretas para a análise fonológica e sintática. (Apoio: FAPESP) |