62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Correlatos acústico-articulatórios de fricativas posteriores em dois casos de bilinguismo |
Autor(es): | Diego Jiquilin-Ramirez. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | fricativas posteriores, fricativas posteriores, fonética acústico-articulatória |
Resumo |
O presente trabalho investiga a produção das fricativas posteriores em 2 casos de bilinguismo, a saber: Espanhol-Guarani e Espanhol-Português. O primeiro deles é considerado um bilinguismo nativo. Trata-se das variedades de Espanhol e Guarani faladas no Paraguai. Já no segundo caso, os sujeitos são falantes de Espanhol Peruano e aprenderam Português Brasileiro em idade adulta. O modelo teórico adotado aqui é o da Fonologia Gestual. O estudo tentou entender como se dá a produção das fricativas posteriores em situações em que se alternam apenas as línguas e não os sujeitos. Desse modo, levantamos a questão: as características acústico-articulatórias das fricativas posteriores se alternam consoante ao idioma em uso ou, embora se alterne o idioma, tais características se mantêm? No primeiro caso, atentamo-nos ao papel da vogal. Em estudo anterior (Jiquilin-Ramirez, 2010) descobrimos que as vogais condicionam o local de constrição das fricativas do Espanhol. Assim, selecionamos 3 informantes de Assunção, dos quais coletamos amostras de sons em que o fone alvo aparecia seguido e precedido das vogais cardinais. Extraímos as medidas dos 4 momentos espectrais (centroide, desvio padrão, assimetria e curtose), a fim de precisar o local de constrição das fricativas. Os resultados preliminares mostraram que, assim como no Espanhol, as vogais também determinam o local de constrição da consoante. No segundo estudo, focamos a sintonia dos gestos articulatórios. Para isso, gravamos longitudinalmente 3 falantes de Espanhol Peruano aprendendo os róticos do Português Brasileiro e um sujeito controle bilíngue Português-Espanhol. As palavras alvos foram dispostas em frases veículos e incluíram cognatos Português-Espanhol de róticos e fricativas. A análise consistiu do levantamento da frequência de ocorrência de alofones identificados instrumentalmente e classificados de acordo com o local de constrição (coronal, velar ou glotal) e grau de vozeamento (total, parcial ou nulo). Os resultados revelaram que, quanto ao local de constrição, embora os peruanos realizassem as fricativas em Português semelhantemente ao sujeito controle, quanto ao vozeamento, a produção não se assemelhou. Outro achado importante deste estudo foi o de que as fricativas produzidas em coda não correspondiam nem ao uso local e nem ao nativo: houve uma uniformização na língua alvo das fricativas de ataque e coda. O primeiro estudo mostrou que as características acústico-articulatórias das fricativas se mantêm semelhantes independentemente da língua. Já no segundo caso, elas foram maleáveis às experiências dos aprendizes. O próximo passo é entender melhor a dinâmica da aquisição e se há diferenças significativas entre os tipos. |