Programação do 62º seminário do GEL

Este artigo apresenta uma discussão sobre a influência das práticas de leitura dos estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental em sua produção textual, com o objetivo de observar como se dá a intertextualidade entre o que leem e escrevem, tendo em vista o modo como formulam seus textos escritos e as marcas de oralidade que se apresentam. O embasamento teórico se faz a partir do que postulou Mikhail Bakhtin (1997) sobre a filosofia da linguagem em que destaca o fato de que a autoria do texto traz sempre marcas de outras leituras. As pesquisas de Charaudeau e Maingueneau, (2004) interessam-nos por tratarem da intertextualidade, assim como os trabalhos de Koch (2004), tendo em vista a discussão sobre a produção textual como uma atividade criativa e interacional. Marcuschi (2012) também é referência por observar as relações entre a oralidade e a escrita e a construção de estratégias de passagem do texto escrito marcado pela oralidade para o texto escrito propriamente dito. A metodologia utilizada se constituiu de coleta e análise de redações produzidas em sala de aula e de aplicação de questionários sobre hábitos de leitura. Em seguida, procedeu-se ao cruzamento dos dados que levaram aos seguintes resultados da pesquisa. Verificou-se que as experiências de leitura desses alunos são oriundas muito mais das redes sociais que de livros e que a intertextualidade se configura em apropriação do vocabulário e seu uso nas redações em sala de aula. Os resultados mostram que as redes sociais estão presentes na vida desses adolescentes de tal modo que a sua escrita reflete a economia linguística e a oralidade comuns ao novo panorama que se configura na realidade atual. Este trabalho possibilita traçar um perfil descritivo dos alunos de ensino fundamental, para que se possam buscar estratégias de adequação vocabular, levando em conta o gênero, o meio e a situação de comunicação. (CAPES).