62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Construindo sentidos sobre a rede eletrônica e livro didático |
Autor(es): | jacqueline meireles ronconi. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | livro didático, livro didático, discurso |
Resumo |
O objetivo dessa pesquisa é investigar como está sendo construído o ensino de língua portuguesa nos livros didáticos, considerando a recorrência dos textos da rede eletrônica, neste material, ou seja, buscamos investigar, quais são os desdobramentos discursivos e interdiscursivos que permeiam os livros didáticos ao citar um sítio da internet como referência ou fonte de pesquisa para o ensino da língua. Nesta pesquisa, fundamentamo-nos nos postulados teórico-metodológicos da Análise de Discurso pecheutiana e nos estudos sobre o discurso na rede eletrônica segundo Romão (2006, 2005) e Dias (2008, 2010). O caminho metodológico percorrido envolveu uma pesquisa de campo que foi realizada em quatro escolas diferentes, com dez diferentes livros didáticos de Língua Portuguesa, usados nos cinco primeiros anos do ensino fundamental. É válido dizer que estas escolas são duas estaduais e duas municipais, que compreendem o Ensino Fundamental I. Diante de alguns resultados que colhemos deste trabalho destacamos que os livros didáticos pouco utilizam do discurso polêmico para realizar seu trabalho de interpretação. Percebemos que na rede eletrônica o discurso produzido fornece ao sujeito a ilusão do tudo poder dizer, sentidos contrários aos do livro didático, no qual os sentidos produzidos circulam como se pudessem ser duros, lineares, únicos e transparentes. É importante destacar que existe, na instituição e nos LD, o ato de interdição, uma vez que não é permitido aos sujeitos-escolares (que ocupam a posição de aluno e de professor) questionar, duvidar do que lêem, tampouco, atribuírem sentidos sobre os discursos presentes em seu cotidiano escolar, assim, o LD representa a legitimação do saber (Pacífico, 2007), e trabalha segundo uma concepção positivista de que a língua (falada e escrita, especialmente esta modalidade) tem sentido único e verdadeiro. Desta maneira, entendemos que como professores-pesquisadores precisamos ocupar a posição de um sujeito capaz de estranhar o que o LD muitas vezes coloca, como certo definitivo e inquestionável. Afinal a linguagem não é única e definitiva, ela está sujeita a falhas e entender isso é um movimento importante para interpretar e enxergar outras possibilidades no âmbito social e escolar. |