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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: Elementos para uma história das ideias semióticas
Autor(es): Jean Cristtus Portela. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave Semiótica discursiva, Semiótica discursiva, Historiografia
Resumo

Nas últimas quatro décadas, a linguística conheceu um movimento importante de resgate histórico e epistemológico. No contexto europeu, pioneiros como E. F. K. Koerner, S. Auroux e P. Swiggers dedicaram a totalidade de suas carreiras à historiografia linguística, que se desenvolveu a partir dos anos 1970, em torno de revistas como Historiographia Linguistica (Amsterdã, 1974) e Histoire Épistémologie Langage (Saint-Denis, 1979). No Brasil, não se pode perder de vista o percurso de C. Altman, que realizou o primeiro estudo historiográfico  de fôlego sobre a linguística brasileira e introduziu no país metodologias que deram origem a um campo de pesquisa até então pouco explorado. Os estudos de historiografia linguística, até o momento, interessaram-se por aspectos que envolvem essencialmente: (1) a origem das ideias linguísticas; (2) a descrição e a análise de gramáticas; (3) estudos dos aspectos fonológico, morfológico e sintático das teorias linguísticas. De um modo geral, esses estudos têm por objeto de análise reflexões sobre os níveis de análise linguística que estão aquém da frase, relegando a um segundo plano a descrição dos fenômenos transfrásticos de tipo pragmático, textual e discursivo. Talvez pelo seu estatuto julgado muitas vezes ambíguo no âmbito da linguística, os estudos discursivos e semióticos ainda não foram contemplados sistematicamente por um programa de estudos de caráter historiográfico. Seguramente, existem obras de reflexão histórico-epistemológica, mas essas obras não apresentam uma natureza historiográfica explicitada. O objetivo deste trabalho é inventariar e analisar empreitadas historiográficas na produção teórica francófona da semiótica discursiva, de modo a compreender os aspectos epistemológicos e metodológicos que subjazem aos esforços historiográficos, muitas vezes intuitivos e assistemáticos, de J.-C Coquet, de H. Parret e H.-G. Ruprechet, de A. Hénault,  de C. Zilberberg, É. Landowski e S. Badir, entre outros. Partindo da hipótese de que a reflexão historiográfica no âmbito da semiótica foi matéria de “cronistas” e “inovadores”, propomos os contornos de um programa historiográfico para a semiótica que se valha de princípios semióticos e, portanto, no qual as fontes históricas e historiográficas sejam compreendidas elas mesmas como semióticas-objeto.