Programação do 62º seminário do GEL

Este breve trabalho foi feito a partir de uma pesquisa mais ampla desenvolvida por Rodrigues e Yokota (2013) sobre o perfil do licenciando em Letras-Espanhol no Estado de São Paulo. A partir de percepções que tiveram durante o diálogo com estudantes e licenciados de um curso de Licenciatura em Letras – habilitações: português e espanhol - de uma universidade pública no interior do Estado de São Paulo, as duas autoras  fizeram uma coleta de dados cujos instrumentos foram questionários com perguntas fechadas e abertas respondidas voluntariamente por parte dos sujeitos procurados para a pesquisa, estudantes que ingressaram no curso de 2004 a 2008 e um grupo de ingressantes de 2012. A partir da análise do material recolhido, elas  identificaram expectativas dos ingressantes e buscaram ter um panorama da realidade enfrentada pelos egressos desse curso. Os resultados obtidos pelas autoras são importantes para entender a implantação da lei 11.161/2005 no Estado de São Paulo e serviram de base para o projeto de reformulação curricular do curso em que trabalham. Nesse estudo, as declarações dos estudantes e (futuros) professores de espanhol sobre sua relação com outras línguas estrangeiras foram tangencialmente analisadas e despertaram o nosso interesse por um recorte nos dados e um aprofundamento sobre como o “inglês” aparece (e não aparece) nos relatos dos ingressantes e egressos do curso de licenciatura em letras–espanhol. As referências sobre o “inglês” existentes nos relatos demonstram uma forte influência na escolha da língua estrangeira  “espanhol” em razão do imaginário criado sobre outras línguas estrangeiras, em especial o “inglês”. Os relatos que fizeram parte do estudo citado anteriormente serão analisados tendo como base os preceitos teóricos metodológicos da Análise do Discurso Crítica de Norman Fairclough e pesquisas já desenvolvidas sobre o ensino de línguas estrangeiras no Brasil, entre as quais destacamos: Souza (2005), Grigoletto (2003) e Souza (2007).