62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | As marcas de estilo numa perspectiva bakhtiniana em produções de artigos de opinião de alunos do curso de letras |
Autor(es): | RICARDO JORGE DE SOUSA CAVALCANTI. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | ESTILO, ESTILO, ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA MATERNA |
Resumo |
Este trabalho visa tratar, de forma pontual, sobre algumas abordagens relativas ao Estilo numa perspectiva bakhtiniana. Para realização desta discussão, apoiamo-nos teoricamente nas obras do Círculo bakhtiniano (1981; 2003); e em alguns teóricos que debatem sobre tal tema à luz dos princípios bakhtinianos, a exemplo de Faraco (2009) e Zozzoli (2011). Neste trabalho, trazemos como objeto de discussão o gênero discursivo/textual artigo de opinião – gênero predominante na esfera de atuação humana jornalística, porém bastante pertinente à didatização em salas de aula de língua materna; cujas produções textuais se deram por meio de uma Pesquisa-ação com alunos ingressos no Curso de Letras de uma universidade pública, no Estado de Alagoas (CAVALCANTI, 2010). Tais produções nos serviram como corpus de análise com o propósito de se perceber marcas de Estilo, seguindo algumas discussões já propostas por Zozzoli (op.cit.) no que diz respeito às marcas de produção responsiva ativa em atividades mentais pautadas no eu, noutros termos, aquelas marcas que dizem respeito às práticas de produção de língua(gem) que tomam como base o Subjetivismo Idealista, com vistas ao Psicologismo Individualista, combatido pelo Círculo bakhtiniano, e que se inscrevem como se o sujeito não estivesse inserido em um contexto de produção amplo, tendo em vista que toda prática de produção de língua(gem) considera apenas o individual, nunca o social.; e as marcas de produção pautadas no nós (Bakhtin/Volochínov, 1981), que são igualmente combatidas por esse Círculo por não considerar o individual, mas somente o social; ou seja, é a crítica estabelecida pelo Círculo à tendência linguístico-filosófica do Objetivismo Abstrato; além das atividades pautadas no para si, que tratam sobre marcas de produção em que o sujeito considera o auditório social, mas sempre eleva a dimensão individual em seu discurso. Ademais, contemplaremos para análise a categoria dos topoi, oriunda da Nova Retórica (PERELMAN E TYTECA, 2005; REBOUL, 1998), cujo mote discursivo trata sobre os lugares recorridos pelos sujeitos em suas produções escritas. A presente discussão certamente traz uma abordagem passível de aplicação nas práticas de ensino-aprendizagem de língua materna, principalmente no tratamento de gêneros discursivos/textuais opinativos. |